JornalCana

Setor quer adiar inicio da safra 2004/05

As usinas e destilarias do Centro-Sul poderão retardar o começo da próxima safra 2004/05 para enxugar o mercado, principalmente de açúcar. A possibilidade começou a ser discutida ontem, em São Paulo, na reunião mensal dos presidentes e representantes de entidades representativas do setor em todo o País. A proposta determina que a próxima safra no Centro Sul só comece na segunda quinzena de maio de

2004, e não em abril, como aconteceu este ano. Segundo José Pessoa Queiroz Bisneto, presidente do Sindálcool/MS (Sindicato da Indústria da Fabricação do Açúcar e do Álcool do Estado do Mato Grosso do Sul), na reunião de ontem foi a primeira vez que se falou sobre a proposta, “mas ainda não há consenso, nem mesmo uma decisão definitiva”. A possibilidade do início da próxima safra na região Centro-Sul também foi discutida com os presidentes e representantes do setor no Nordeste. No caso do açúcar, afinal os preços praticados pelo mercado para o açúcar envolvem as unidades produtoras de todo País.

No caso das usinas da região Centro-Sul, como já informou anteriormente o JornalCana, elas fecharam o mês de setembro com um excedente de estoque acima de 1 milhão de toneladas, se comparado com o mesmo período do ano passado. O motivo foi apenas um: retenção à espera de melhores preços no mercado internacional. Ao mesmo tempo, a estratégia de comercialização trouxe problemas para a estocagem, apesar de a curto prazo o mercado apontar para tendências de melhor

remuneração.

Para Julio Maria Martins, da Job Economia e Planejamento (São Paulo – SP), também em depoimento já feito ao JornalCana, o setor entrou na safra este ano segurando a comercialização de açúcar na espera de melhores preços, e isso não aconteceu até setembro, quando a saca foi cotada em R$ 22,00, o que provocou aumento do estoque. Entre julho e agosto as cotações no mercado registraram valorização de 30%, atingindo R$ 30,00 a saca de 50 quilos impulsionou alguns negócios no exterior. Foram esses negócios que garantiram aumento nos embarques na soma entre janeiro e agosto, somando 7,112 milhões de toneladas, ou 3,3% acima do que foi registrado no mesmo período do ano anterior, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

“Não houve retenção branca, um tipo de cartelização, mas sim sincronia de expectativas”, explica o diretor da Job Economia e Planejamento, para quem “a curto prazo, nos próximos três meses, a tendência é de melhor desempenho dos preços”. A expectativa dele, e também dos empresários do setor, é justificada pela movimentação dos negócios pelos países do Leste Europeu, Oriente Médio e África, que juntos são compradores de 70% do açúcar exportado pelos brasileiros.

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