JornalCana

Setor prevê crescimento de 3% no ano

Até setembro, as vendas reais subiram 2,7%. Faturamento deve aumentar 5,5%, para R$ 185 bilhões. A produção brasileira de alimentos cresceu 3,77% no acumulado do ano até setembro e 4,2% nos últimos doze meses até setembro. As vendas reais (descontada a inflação) aumentaram 2,7% e 2,5%, respectivamente nos mesmos períodos, conforme Pesquisa Conjuntural da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). Para o coordenador do departamento de economia da Abia, Denis Ribeiro, esses números indicam que o setor deverá fechar 2005 com produção 4% maior, um resultado que ele considera “bom”.

Já as previsões para a receita estão “mais devagar”. Ribeiro estima alta nas vendas reais entre 2,5% e 3% para este ano, um desempenho que ele considera “pouco” e que deve-se a diversos fatores. O baixo poder aquisitivo do brasileiro, que continua emperrando o aumento da demanda, é um deles. “O outro é o crescimento da economia, que está menor neste ano, na casa dos 3% ante os 4,9% de 2004, apesar do pé no freio do último trimestre, que veio refletir mais intensamente a partir do segundo semestre deste ano”, ele explicou, ressaltando que, se a economia cresce menos, isso implica em perda de produção, de emprego e de renda, refletindo em todos os setores.

O coordenador da Abia lista também o fortalecimento da moeda nacional e os juros altos como determinantes para o baixo crescimento das vendas reais da indústria alimentícia. “Este ano, está tudo mais devagar por isso. Em 2004, as exportações foram maiores, os juros menores e o câmbio estava melhor. Agora, não se pode fazer mágica. A macroeconomia dita os rumos.” Ele calcula que o faturamento nominal (com inflação) da indústria cresça entre 5% e 5,5% neste ano, para cerca de R$ 185 bilhões ante os R$ 175,9 bilhões do ano passado.

“Mas isso pode mudar tem todo um cenário de inflação no quarto trimestre que ainda não foi medido”, disse Ribeiro, sem muito otimismo em relação a números melhores. “Um número bom é a estimativa do varejo de crescimento de 8% com as vendas de Natal. Mas acho que isso pode se dar só no pico, mas no acumulado do trimestre não vai refrescar muito”, afirmou.

O estudo da Abia é realizado com as empresas associadas à entidade, que respondem por cerca de 60% da produção do setor. Segundo Ribeiro, a pesquisa identifica um aumento de dois pontos percentuais de ocupação da capacidade das indústrias, que subiu de cerca de 70% em média no ano passado para 72% neste ano. “Melhorou um pouco.” As exportações ajudaram.

Mercado externo

Entre janeiro e setembro, as vendas externas de alimentos processados cresceram 17% em valor, passando de US$ 12,82 bilhões no acumulado até setembro de 2004 para US$ 15 bilhões neste ano. Em volumes, a alta foi de 11%, com 33,8 milhões de toneladas ante as 30,45 milhões apuradas no mesmo período do ano anterior. Ribeiro ressaltou que o efeito cambial foi parcialmente suavizado pelos melhores preços de algumas commodities (suco de laranja, café, açúcar e farelo de soja, entre outros) no mercado internacional. A febre aftosa deve prejudicar o resultado das exportações por mais cerca de oito meses, ele prevê.

Neste ano, o setor investiu em torno de 4% do faturamento, a média anual, sendo 2,5% em aumento de capacidade. Para 2006, Ribeiro estima um crescimento em torno de 3% do PIB, juros caindo lentamente e um câmbio sem grandes alterações.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram