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Setor já admite importar etanol

Presidente da maior empresa do setor, a Cosan, Marcos Lutz não se sente ameaçado em relação ao fim das barreiras. “Deveríamos fazer isso, porém negociando uma contrapartida americana de abrirem o mercado deles. Não vejo riscos maiores, pois somos muito mais competitivos que qualquer país na produção de etanol”, opina. Sem dar detalhes, Jank trabalha com a possibilidade de o Brasil fazer uma pequena importação de etanol antes de os estoques se normalizarem.

“É possível que entre alguma coisa”, antecipa. O fato é que, segundo Jank, pode até parecer contraditório, mas o Brasil é quem ganha com a abertura à importação de etanol, já que tem um custo de produção menor e é o único país a conviver com uma alternativa econômica e ecologicamente viável ao petróleo.

Jank não acredita que o etanol brasileiro tenha perdido prestígio em função do aumento de preço e possibilidade de desabastecim! ento. “Isso não aconteceu porque se produziu mais açúcar (que teve uma alta expressiva de preço no mercado internacional) do que etanol. Tivemos mais de dois meses de chuva, o que interrompeu a colheita da cana durante a safra”, comenta. Apesar disso, a indústria bateu recorde na balança comercial em 2009, com saldo de US$ 9,7 bilhões, ante US$ 7,8 bilhões em 2008.

Para Ricardo de Gusmão Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, o tropeço do etanol interferiu, sim, na imagem do produto brasileiro no mundo, “porque os interesses são grandes”. “Mas não é um desespero, uma terra arrasada”, pondera. Ele defende a liberalização. “Se há o desejo que se torne uma alternativa energética, as barreiras terão de ser revistas.”

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, aproveitou o momento de debate sobre oferta e demanda do etanol para criticar que diversas Nações terminam usando o aspecto ambiental apenas nos momentos ! em que preço do petróleo está em alta. “É a maior hipocrisia. Quando o barril de petróleo estava a US$ 140, recebia aqui no ministério pelo menos uma missão internacional por semana. Pelo menos metade dos países da União Europeia se interessaram pelo etanol brasileiro e vieram conhecê-lo.” Mas o tempo passou e o ritmo de visitas ao ministério mudou: “Bastou o petróleo despencar para todo mundo sumir. Faz seis meses que não recebo ninguém. O problema ambiental desapareceu. O que importa mesmo é o aspecto econômico.”

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