Setor faz as contas dos prejuízos das chuvas no Nordeste
Nas últimas duas semanas o índice pluviométrico no Nordeste ultrapassou 500 milímetros, mias de dez vezes acima das médias registradas na mesma época. Para o setor sucroalcooleiro, as primeiras conseqüências econômicas já estão sendo avaliadas e apontam para prejuízos cujas cifras ainda não foram definidas, mas estão evidenciadas na redução do ritmo das unidades produtoras de álcool e açúcar.
Na Cooperativa Pindorama (Coruripe – Alagoas) o ritmo da usina inaugurada para a safra 2.003/04 está reduzido a 60% da capacidade instalada de produção. “Há praticamente três semanas toda operação industrial está comprometida pelas chuvas, afinal fica praticamente impossível colher a cana em muitas áreas”, explica o presidente da cooperativa, Klécio José dos Santos.
Ele aponta ainda como problema para o setor o comprometimento da qualidade da matéria-prima que chega às usinas e destilarias. “O percentual de sujeira na cana aumentou dos toleráveis 2% para mais de 10%, o que aumenta sensivelmente os custos de produção de todas as usinas”, acrescenta o presidente do Cooperativa Pindorama.
Na Paisa, instalada em Penedo (AL), e que era destilaria autônoma até o ano passado, tendo sido transformada em usina depois de um investimento de R$ 13 milhões, o gerente de produção Benedito dos Santos confirma prejuízos também com a redução do ritmo industrial, ontem mantido em 70% da capacidade instalada de produção em virtude das dificuldades de colheita e transporte da cana.
Assim como o presidente da Cooperativa Pindorama, o gerente de produção da Paisa afirma que somente depois da estiagem é que será possível calcular com exatidão os prejuízos das chuvas que há três semanas caem todo Nordeste. “Sabemos que a cana plantada nas várzeas terá a produtividade comprometida pelo excesso de umidade e, além disso, a indústrias está operando abaixo da capacidade por falta de matéria-prima”, acrescenta.
