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Setor de cana contribui para mais empregos no campo

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Se havia alguma dúvida de que o setor agropecuário emprega parcela considerável de trabalhadores no Brasil, o anúncio recente do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foi esclarecedor. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou para a criação de 23.951 empregos na zona rural em julho, crescimento de 10,62% no acumulado de 2012. Estamos no final do ano e quem ainda comemora esse número é a presidente da CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu, que reafirmou a importância do setor para o avanço econômico do País.

“Esse crescimento constatado prova que o setor já se prepara para plantar e colher sua melhor safra de cereais e oleaginosas”, declarou Kátia. No período de janeiro até julho, de acordo com o Caged, foram criados 165.609 empregos no campo, dos quais há uma contribuição importante do segmento de corte de cana-de-açúcar, sobretudo na região centro-sul. A presidente da CNA explica que os produtores começaram a contratar mão de obra voltada ao pré-plantio da safra 2012/2013, “especialmente para o preparo do solo”.

Numa avaliação criteriosa dos dados do Cadastro, conclui-se que o número de contratações do setor em 2012 dobrou em relação a julho de 2011. Naquela época, a quantidade de vagas, superou a 12 mil oportunidades, chegando 13.647. Com isso, entende Kátia Abreu, há uma possibilidade real de o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola superar tranquilamente a performance do primeiro trimestre deste ano.

Além do processamento de grãos, o corte da cana possui uma tradição histórica de contratar pessoal para as frentes de trabalho. Estados como São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul mobilizam grandes contingentes de trabalhadores, como já mostrou o JornalCana em algumas reportagens sobre o tema.

No interior de Goiás, por exemplo, o Sistema Nacional de Emprego (Sine) tem recrutado vários operários e até técnicos para atuar no setor sucroalcooleiro. O resultado imediato é a movimentação da economia de municípios que jamais haviam experimentado um boom de desenvolvimento, como Quirinópolis, Jataí e Goiatuba, na região sudoeste do estado. E não é à toa que Goiás é o terceiro maior produtor de cana do País.

Empresas contratam, e ganham selo de reconhecimento

No início de 2012 algumas agências do Sine – Sistema Nacional de Emprego, espalhadas pelo País fizeram processos de seleção para contratar trabalhadores. Um detalhe chamou a atenção. Centenas de vagas tinham endereço certo: o setor sucroenergético. No primeiro trimestre de 2012, o Sine de Mato Grosso selecionou candidatos para o plantio e corte de cana em uma usina no município de Barra do Bugres. Os interessados disputaram 400 vagas. O salário oferecido baseava-se ou na produção individual ou pelo piso da categoria. “Fizemos uma parceria com a usina para garantir ao trabalhador rural a contratação com vínculo empregatício”, afirmou, à época, a superintendente do Sine-MT, Ivone Lúcia Rosset. Os trabalhadores iniciaram a atividade no final de março.

Mais recentemente outra oportunidade surgiu no Sul do País. Em agosto último, a Agência do Trabalhador da cidade paranaense de Engenheiro Beltrão, na região de Campo Mourão, ofereceu chances para trabalhadores experientes do setor agrícola que quisessem ingressar no setor de cana-de-açúcar. A agência anunciou 283 oportunidades em atividades operacionais, Desse total, 145 seriam destinadas para a cultura da cana. Foram oferecidas, ainda, 65 vagas a cortadores de cana e 25 voltadas à linha de produção.

Agora, há um incentivo a mais para que a indústria contrate mais pessoal. Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, publicada em 24 de agosto no Diário Oficial da União, fixa critérios para a concessão de um selo de reconhecimento às empresas que oferecem as melhores condições de trabalho no setor sucroalcooleiro. As empresas que oferecerem melhores condições de trabalho na cana-de-açúcar já podem requerer o selo de reconhecimento concedido pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), estabelece critérios para a concessão do selo.

O reconhecimento é feito por meio da adesão das empresas ao Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, firmado pelo governo federal e entidades de trabalhadores e de empresários do setor em junho de 2009. Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, 254 usinas de cana-de-açúcar aderiram ao compromisso nacional.

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