Setor de açúcar nos EUA quer proteção contra acordo na OMC
O açúcar dos EUA deve ser protegido de qualquer pacto global ou isenção de tarifas para países pobres, um conselheiro da indústria disse na quarta-feira, alertando que uma onda de importações das nações menos desenvolvidas arruinaria os produtores locais.
“Nós estimamos as exportações dos países menos desenvolvidos em 1 milhão de toneladas… isso é muito açúcar e poderia aumentar com esse acordo de isenção de tarifas,” disse Don Philips, conselheiro comercial da American Sugar Alliance, entidade que reúne produtores, fornecedores e usinas de açúcar dos EUA.
“Isso poderia causar muita instabilidade no mercado de açúcar dos EUA,” disse ele à Reuters em uma entrevista.
Autoridades comerciais de 150 países, em encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong nesta semana, tentam atingir um acordo de isenção de quotas e tarifas para os países mais pobres como parte de um pacto global para diminuir barreiras comerciais.
A notoriamente barulhenta indústria de açúcar dos EUA, apoiada por poderosos grupos lobistas em Washington, se opôs fortemente aos acordos bilaterais adotados pelo governo no passado.
Mas Phillips disse que o rumo das conversas agrícolas da OMC não deu aos produtores de açúcar dos EUA esperanças por um acordo que coloque todos os lados em condições de igualdade.
“Por causa dessa ênfase nos países em desenvolvimento muitos deles acreditam que não precisam fazer nada, e 75 por cento do comércio e da produção de açúcar está nos países em desenvolvimento,” disse ele.
Produtores de açúcar dos EUA são protegidos por um programa que garante um preço mínimo aos produtores e limita as quantidades de açúcar que podem ser importadas.
A indústria tem sido afetada pela preocupação dos consumidores norte-americanos com o consumo de calorias e uma série de acordos comerciais dando acesso ao mercado a países das Américas do Sul e Central. Os produtores dos EUA na Louisiana também sofreram prejuízos com a série de furacões que dizimou sua produção.
