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Setor de Açúcar e Álcool cresce desenfreadamente

Os investimentos no setor canavieiro estão de vento em popa, pelo menos no estado de São Paulo. As usinas sucroalcooleiras não param de investir e hora aqui hora ali novas unidades aparecem entre os grandes grupos produtores. Isso porque os lucros, ao menos no setor industrial, têm sido exorbitantes.

Um exemplo é a Copersucar, maior cooperativa de açúcar e álcool do mundo. A empresa estima encerrar a safra 2004/05 com um faturamento de R$ 4,7 bilhões, superando os resultados obtidos até em alguns grupos do segmento bancário do País. Se confirmadas as expectativas, será um crescimento de 27% sobre o ciclo 2003/04. Com 31 usinas associadas, a Copersucar processou 59,3 milhões de toneladas de cana nesta safra, 1,7% mais que no ciclo anterior. A produção de açúcar alcançou 3,8 milhões de toneladas, das quais dois terços foram exportados. Já a produção de álcool totalizou 2,63 bilhões de litros no período, segundo a empresa.

Portanto, grupos como J. Pessoa e De Biasi prometem novas unidades para a safra 2005/06, elevando seu potencial produtivo e, conseqüentemente, os lucros. Ambos sabem, todavia, que o álcool possui atualmente tanta propensão a crescer quanto o açúcar. A promessa de novos mercados e de o país comportar a cada ano volumes maiores para serem embarcados deixou estes grupos alertas.

É consenso também que o oeste paulista, além do Triângulo Mineiro, serão as áreas ocupadas a cada dia mais pela cana. No oeste de São Paulo, o pasto para o boi está sendo tomado pela cana. Para se ter dimensão do crescimento, os investimentos estimados para os próximos anos no Oeste de São Paulo são na ordem de R$ 12 bilhões, como a criação de 27 novas usinas. Para que esta realidade não seja cruel para com os produtores de gado, o presidente da Organização dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Orplana) e da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), Manoel Ortolan, ensaia uma grande mobilização para que os pecuaristas da região aumentem a eficiência de seus pastos e liberem áreas para que eles mesmos se tornem fornecedores de cana para as novas usinas que deverão entrar em operação até 2010. Assim, ele evitaria a migração destes produtores às cidades e o respectivo empobrecimento de seus trabalhadores.

Pontos como este e outros foram ao longo da semana discutidos na Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira (Feicana), promovida pelas Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), em Araçatuba/SP. A expectativa dos organizadores do evento era mover com a feira R$ 500 milhões neste ano. O que se sabe até agora, pelo menos, é que a Feicana contou com mais de 20 mil visitantes. (Agência Safras)

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