JornalCana

Setor busca novo fôlego na diversificação

Depois de bater recordes de produção e comercialização no ano passado, a indústria brasileira de máquinas e implementos agrícolas está apostando na diversificação para renovar o ciclo de expansão do setor e continuar crescendo em 2011. Em busca de novos nichos de mercado, empresas que até então tinham tradição apenas na fabricação de tratores e colheitadeiras agora se lançam no setor de implementos agrícolas – equipamentos desprovidos de tração que são arrastados ou impulsionados para desempenhar funções específicas – para manter aquecidas as vendas depois de um 2010 bem-sucedido.

A tendência de ampliação e diversificação do portfólio das montadoras foi um dos destaques na 18.ª Agrishow – a principal vitrine de tecnologi a do setor no país, encerrada na semana passada em Ribeirão Preto (SP). O ingresso em novos mercados foi pauta comum nas coletivas de imprensa promovidas durante a feira por CNH, John Deere e Agco, trio que domina o mercado de máquinas agrícolas no Brasil. Case IH e John Deere ampliaram a oferta de plantadeiras e outros implementos na exposição deste ano. New Holland, Massey Ferguson e Valtra anunciaram a entrada no mercado de pulverizadores autopropelidos, máquinas tracionadas que substituem os antigos implementos puxados por tratores na tarefa de aplicar os defensivos na lavoura.

“Entramos nesse novo segmento para explorar suas possibilidades e atender melhor o nosso público. A intenção é oferecer ao produtor o ciclo completo, desde o preparo do solo até a colheita”, justifica o diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó. “Quanto mais o produtor se profissionaliza, mais ele cobra uma solução completa. O objetivo é que o produtor consiga comprar tudo no mesmo concessioná rio”, reafirma o diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert.

Massey Ferguson passa a produzir pulverizador autopropelido em Canoas (RS). Máquina é capaz de absorver as irregularidades do terreno mantendo a estabilidade durante o trabalho

A aposta em novos segmentos, esclarecem as empresas, é uma estratégia para driblar a desaceleração da procura de máquinas através de programas de financiamento a pequenos agricultores, que impulsionou as vendas nos últimos dois anos. “Apesar do mercado não ter expectativas tão grandiosas para 2011, nossa meta é ampliar os negócios em relação ao ano passado. Como o mercado de tratores é sazonal apostamos em novidades, oferecendo uma linha mais ampla”, explica o diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi.

Nos últimos anos, o setor de máquinas e implementos agrícolas passou por dois ciclos de expansão. O primeiro, na safra 2007/08, foi puxado pela indústria sucroalcooleir< /B>a e aqueceu a comercialização de colheitadeiras de cana-de-açúcar e máquinas de grande porte. O segundo, em 2009/10, teve como locomotiva os tratores de baixa potência, oferecidos a pequenos agricultores a juros reduzidos e condições especiais através de linhas de financiamento oficiais como o Mais Alimentos, do governo federal, e o Trator Solidário, do governo estadual.

Agora, a indústria de máquinas agrícolas tem à frente a difícil tarefa de superar seus próprios recordes. Em 2010, melhor ano desde 1976 para o setor, saíram das linhas de montagem das empresas brasileiras 88,7 mil tratores e colheitadeiras, 34% mais que no ano anterior. Da produção total, 77% foram comercializados no mercado interno, que absorveu 68,5 mil unidades (+23,8% ante 2009). As exportações somaram 18,7 mil máquinas no ano passado, com crescimento de 26,5%.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram