Setor apresenta boa saúde financeira
Baseada em demonstrações financeiras auditadas na data-base 30 de abril de 2004, a empresa PriceWaterhouseCoopers elaborou uma análise de índices econômicos-financeiros do setor sucroalcooleiro referentes à safra 2003/04.
A amostra abrangeu dados pertencentes a 30 usinas da região Centro-Sul do país entre cooperadas e não-cooperadas da Copersucar, o que representava na época 30% da moagem da região.
José Paulo Marques Netto, sócio da PriceWaterhouseCoopers, faz uma síntese da análise a partir de 3 quadros principais, publicados nesta página: (A pesquisa completa pode ser acessada no site www.procana.com.).
Dos índices de liquidez apresentados no quadro, destaca-se o da liquidez geral das usinas, ao redor de 0,72, ou a existência de R$ 0,72 de ativos circulantes e de longo prazo para cada R$ 1 de passivos circulantes e de longo prazo. Esse índice, considerado um bom indicador da saúde das empresas, está em linha com o índice médio das 500 maiores empresas brasileiras apresentando na revista Exame, de julho de 2004, o qual indica que o mesmo para 2003 era de 0,71. Mesmo considerando que as usinas precisam alavancar seus investimentos, principalmente em cana-de-açúcar, com retorno de 1,5 a 2 anos, e que parte desses investimentos são considerados como ativo imobilizado, podemos concluir que as usinas incluídas no estudo apresentam saúde financeira muito próxima da média brasileira.
Outro índice relevante a ser considerado a partir da referida análise é o percentual do passivo exigível total em relação ao ativo total das usinas, ou “endividamento geral”. Em média, esse percentual
para as usinas do estudo é de 63% em 30 de abril de 2004.
As 500 maiores empresas brasileiras apresentam índice de 57,1% em 2003; portanto, mesmo com a grande necessidade de recursos para investimento na renovação das suas lavouras, manutenção industrial e tratos culturais, ao término da safra 2003/04, as usinas do Centro/Sul incluídas na amostra estão muito próximas da média das maiores empresas brasileiras.
Por fim, nota-se, independentemente se usina cooperada ou não-cooperada, que em geral os seus custos foram semelhantes na safra
passada, apresentando uma média de 74% em relação à receita líquida do ano 2003/04, independente da relação entre os custos apurados em lavouras próprias ou decorrentes da compra de cana no mercado.
A consistência desse índice é relevante e impacta igualmente todas as usinas, fazendo diferença, portanto, o grau de dependência de recursos de terceiros, especialmente de financiamentos, que afetam o resultado por meio das despesas financeiras.
Essa foi uma das diferenças no setor na safra 2003/04.
A matéria e outros assuntos refentes a administração e legislação encontram-se na última edição do JornalCana.