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Setor agrícola pede 73% a mais de financiamento

A iniciativa privada solicitou ontem ao governo a liberação de R$ 56,2 bilhões por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2004/05, um valor 73% superior aos R$ 32,5 bilhões liberados para financiar o setor no ano agrícola anterior. A demanda da iniciativa privada na safra 2003/2004 era por liberação de R$ 44 bilhões. O Plano Agrícola e Pecuário 2004/05 deve ser anunciado pelo governo em maio.

Durante a entrega dos pedidos do setor ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o Rural Brasil, grupo que reúne as principais entidades representativas do agronegócio, também solicitou a liberação de R$ 2,5 bilhões para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas (Moderfrota) na safra 2004/05, que começa em julho. Na safra atual, o governo liberou R$ 2,25 bilhões, com aporte adicional de R$ 500 milhões definido no mês passado.

O setor produtivo quer ainda a redução das taxas do Moderfrota para 8,75% ao ano. Hoje, elas estão em 9,75% para os produtores com renda anual até R$ 150 mil e 12,75% para os produtores com renda superior a este nível. A iniciativa privada gostaria que o governo autorizasse o financiamento de 100% do valor do bem para todos os produtores, independente da renda anual, afirmou o chefe do Departamento Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Getúlio Pernambuco.

Além da CNA, o Rural Brasil é composto pela Associação Brasileira de Criadores (ABC), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Conselho Nacional do Café (CNC), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sociedade Rural Brasileira (SRB) e União Brasileira de Avicultura (UBA).

Outra reivindicação dos representantes do agronegócio foi o aumento de 25% para 30% das exigibilidades bancárias destinadas à aplicação no crédito rural para custeio e comercialização na safra 2004/05. O aumento garantiria mais R$ 2,7 bilhões de crédito para o setor agrícola, informou o presidente da CNA, Antonio Ernesto de Salvo.

O ministro considerou as propostas apresentadas pelo Rural Brasil interessantes e consistentes, mas admitiu que pode faltar dinheiro para colocá-las em prática. É a história do cobertor curto. O volume de crédito demandado pelo setor, acho difícil de ter no crédito rural, afirmou.

Sem citar valores, Rodrigues disse que uma das prioridades do Plano Agrícola será o aumento dos recursos para o programa de estocagem nas propriedades. A iniciativa privada, via Rural Brasil, pediu o aumento de R$ 500 milhões para R$ 1,25 bilhão no volume de recursos. O pedido é para que o limite individual por produtor seja elevado de R$ 400 mil para R$ 1 milhão, a juro de 8,75% ao ano. A falta de infra-estrutura é o ponto mais grave da agricultura atualmente. O crescimento da agricultura é ameaçado pela falta de infra-estrutura, afirmou Rodrigues.

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