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Setor açucareiro terá melhor receita em três anos

Os preços elevados do açúcar nesta safra vão garantir ao setor a melhor receita dos últimos três anos. O resultado é um alento após os apertos verificados por muitas empresas durante os dois últimos anos em função da crise financeira e de liquidez. “Mas isso não significa que as empresas estão recuperadas da crise de liquidez que afetou suas operações desde 2008”, ponderou o consultor Plínio Nastari, da Datagro.

O economista admite, contudo, que os preços mais altos do açúcar permitirão que as empresas que conseguiram fixar suas vendas nos níveis mais elevados tenham uma safra mais tranquila, sem interrupções de ordem financeira. Segundo ele, o Centro-Sul deverá moer 590 milhões de toneladas na safra 2010/11.

Sobre a recente queda nos preços tanto do açúcar como do etanol, Nastari disse que o mercado foi surpreendido. “A expectativa era de que a queda seria mais gradual, mas os participantes se precipitaram ao vender ao mercado, o que provocou uma pressão que não era esperada e não condiz com o atual cenário de oferta e demanda”, disse.

No caso do etanol, o executivo ressaltou que a formação de preços do combustível ainda traz distorções em função dos poucos agentes. “O preço é calculado pela Esalq com base no número de negócios e sem realizar uma média ponderada dos volumes envolvidos”, disse. Desta forma, segundo Nastari, se os grandes agentes saírem do mercado em determinada semana, ou realizarem apenas uma grande operação a um preço maior, e cinco pequenas usinas realizarem cinco pequenos negócios a um valor inferior, o indicador irá medir queda, mesmo que o volume negociado pelas menores seja menos representativo que o do grande player.

Parte da queda dos preços do etanol também é reflexo, segundo ele, da elasticidade do preço do combustível em virtude do carro flex. “O que ocorreu este ano mostrou a eficácia da elasticidade da demanda a partir dos preços, em função da opção que o consumidor pode fazer com o flex”, disse.

Para Nastari, embora o pico do déficit mundial de oferta esteja sendo registrado neste momento, o fato de a safra da Índia estar dando sinais de que será melhor do que se esperava inicialmente leva a uma retração das cotações. De uma estimativa inicial de produção de 14,5 milhões de toneladas, a safra atual deverá atingir entre 16,5 e 16,8 milhões de toneladas. “Além disso, a qualidade da cana é melhor do que a esperada”, explicou.

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