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Serra critica atraso em recursos para estocar álcool

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou hoje a morosidade do governo federal na liberação dos R$ 2,5 bilhões para destilarias financiarem a estocagem de álcool, medida que poderia garantir a elevação nos preços do combustível e a formação de um estoque para ser comercializado na entressafra. “Acho uma boa (a formação de estoques), porque assegura a estabilidade de suprimento e o governo precisa se apressar nisso”, disse Serra. “Tenho empenho particular nessa matéria, porque São Paulo tem 57% da produção nacional, é o principal exportador e 31% das terras estão voltadas para a cana-de-açúcar”, concluiu.

A cobrança de Serra é mais um sinal de reaproximação do governador paulista com o setor sucroalcooleiro, com o qual mantém relações turbulentas desde 2002, quando ainda era candidato a presidente da República. Já como governador, Serra ameaçou elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o álcool hidratado comercializado no Estado, atualmente em 12%, além de sugerir que usineiros cooperassem na recuperação de estradas vicinais paulistas por onde passam caminhões com cana.

Depois de recuar na ameaça de aumentar o imposto, emissários de Serra já mantiveram reuniões com grandes usineiros paulistas. “Até ontem o setor era o salvador da lavoura e amanhã vai ser também”, disse o governador em seu discurso de abertura da 16ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), ao comentar o atraso na liberação do financiamento já anunciado pelo governo federal.

Serra pediu mais recursos também para os frigoríficos e para a cafeicultura, voltou a criticar a criticar a política monetária do Banco Central, principalmente na liberação de crédito. “Infelizmente o crédito segue travado, mas aí é uma ação federal, junto ao Banco Central e autoridades monetárias, que ainda estão raciocinando como se vivêssemos uma crise pequena”, afirmou.

O governador criticou também a política de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e sinalizou que a instituição privilegia as “megaoperações” em detrimento de recursos para a produção. “Os financiamentos do BNDES excluindo os das megaoperações, hoje são menores para a produção. O Brasil segue com a maior taxa de juros do mundo e para o banco emprestar ao produtor é mais arriscado”, concluiu o governador.

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