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Senado dos EUA pode ‘liberar’ etanol brasileiro

O Senado dos Estados Unidos decidirá hoje se o subsídio e a proteção comercial à indústria de etanol devem ser mantidos, apesar da grave crise fiscal americana. Proposta de emenda do senador republicano Tom Coburn (Oklahoma) prevê a eliminação do crédito tributário de US$ 0,45 para a mistura de cada galão de etanol à gasolina e da cobrança de tarifa adicional de US$ 0,54 pela mesma quantidade importada do Brasil.

Somente o crédito tributário custa aos cofres públicos americanos US$ 6 bilhões ao ano. O país enfrenta déficit fiscal de US$ 1,4 trilhão ao ano e uma dívida pública de US$ 14 trilhões.

A iniciativa de Coburn foi atacada ontem tanto pelo poderoso lobby do etanol no Congresso quanto pelo governo dos EUA. O secretário de Agricultura, Tom Vilsack, advertiu para o impacto da eliminação desses subsídios nos empregos gerados pela indústria do etanol e nas comunidades centradas na produção de milho e do biocombustível.

Ex-governador de Iowa, o maior Estado produtor de milho dos EUA, Vilsack chegou a relacionar o fim dos subsídios a um possível fracasso da Casa Branca em seu objetivo de reduzir a dependência americana do petróleo importado do Oriente Médio.

“Neste momento em que precisamos de mais pessoas trabalhando, temos de ser cuidadosos sobre o que fazemos com os subsídios à indústria de biocombustíveis. Cerca de 40 mil pessoas trabalham nesse setor”, afirmou, em palestra no Clube Nacional da Imprensa.

Ontem, o senador já contava com as 16 assinaturas necessárias para levar o tema à votação e dizia ter conseguido os 60 votos necessários.

Se aprovada, a iniciativa abrirá o mercado americano ao etanol brasileiro. Essa oportunidade de comércio, entretanto, dependerá essencialmente do aumento da capacidade de produção do biocombustível no Brasil, que tem se valido de importações de etanol americano para atender a crescente demanda interna – 70 milhões de litros, em 2010. Os EUA deram uma arrancada na produção de etanol em 2006, graças justamente a esses benefícios e à obrigatoriedade da mistura de 12,5 bilhões de galões à gasolina ao ano.

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