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Seminário da ISO em Londres busca estratégias para a indústria vencer a crise

Com a presença de 420 participantes de 68 países, teve início ontem (30 de novembro), em Londres, o seminário da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês).

O simpósio foi planejado sob o título “Momento Crítico Adeus – Açúcar e Bioenergia Voando Alto?”.

Isto foi antes da crise na Irlanda e das mais recentes turbulências na zona do Euro. Num momento onde a economia mundial estava tentando amenizar os nefastos efeitos da crise financeira, as indústrias do açúcar e etanol em várias regiões não passaram incólumes por estes acontecimentos. A diminuição acentuada na disponibilidade de crédito deixou muitas empresas açucareiras em sérios apuros. Mas a pergunta principal é: Como transformar este

desafio em oportunidades? E o que será necessário para que isto aconteça o mais rápido possível? No contexto deste cenário complexo, o programa deste ano do encontro da ISO aborda várias soluções estratégicas para a indústria. A diversificação de produtos com maior valor agregado a partir do açúcar, as opções para os problemas financeiros, a evolução da política em várias partes do mundo e a análise das projeções e perspectivas dos principais atores do mercado, Brasil e Índia.

Ontem, após a abertura de José Orive, diretor executivo da Central American Sugar Association (Guatemala), Vivek Saraogi, presidente da associação de usinas da Índia fez uma apresentação onde ficou clara a ambição da Índia de crescer como competidor no mercado mundial. A hipótese, num país de salários muito mais baixos que o Brasil, pode causar impacto no Brasil se for levada a cabo.

Marcos Lutz, CEO da Cosan, disse que a questão do subsídio do etanol exportado nos EUA é um fenômeno que deve desaparecer. “Esta subvenção não vai crescer. Eu diria que a tendência é que os subsídios sejam reduzidos”, disse Lutz durante a sessão de perguntas e respostas após sua apresentação em resposta à pergunta de David Brough, jornalista da

Reuters cobrindo o evento.

Lutz disse também, que a perspectiva de aumento da concorrência das exportações de etanol nos EUA nos próximos anos é saudável.”Não tememos a competição americana. Nós acreditamos que fontes alternativas de etanol são importantes para o setor no mundo”, declarou o executivo.

O Brasil foi uma referência recorrente em quase todas as palestras. O destaque crescente que o país está recebendo e a posicão do país no cenário mundial da bioeconomia denotam a necessidade de políticas de comunicação externa eficientes para o setor. Nisto concordam Alexandre Strapasson, ex-diretor do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para assuntos sucroenergéticos, Ismael Perina, líder da Orplana, Manoel Ortolan e outros representantes da indústria brasileira que estão participando da conferência.

*Daniel Coelho Barbosa é analista e articulador do agronegócio brasileiro na União Européia

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