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Seminário analisa aquecimento global

A redução na emissão de gases causadores do efeito estufa traz benefícios para a economia, além de desacelerar o processo de aquecimento global e diminuir a poluição nas grandes cidades. Esse foi o principal ponto debatido ontem durante seminário organizado pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação e Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre relatórios que contribuíram para a formulação do Protocolo de Kyoto – acordo internacional para redução da emissão de gases. Os documentos foram traduzidos e apresentados pela primeira vez ontem a representantes dos governos federal, estadual e municipal e da indústria.

Para o coordenador do Centroclima, centro de estudos sobre mudanças climáticas da Coppe, professor Emílio Lèbre La Rovere, a busca por soluções para reduzir a emissão de gases pode levar ao aquecimento econômico. Ele citou a reativação do programa Proálcool.

“É uma solução nacional, que evita a importação de petróleo, gera um milhão de empregos diretos e indiretos no meio rural, e substitui a gasolina, que é responsável por 10% do lançamento de gases no meio ambiente”, disse La Rovere, que participou da preparação dos relatórios, agora traduzidos.

Além do álcool, o professor citou o uso de carvão vegetal, a criação de pequenas centrais elétricas e a energia eólica como formas de reduzir a emissão de gases. “É possível criar novas tecnologias para conseguir o aumento da eficiência dos produtos, que terão a mesma potência com menor consumo. Uma caldeira, por exemplo, que consome menos combustível, ou um fogão que precise de menos gás”, disse.

O relatório entregue a empresários e representantes governamentais também alertou para o risco de aquecimento global até o fim do século – o aumento na temperatura pode variar entre 1,4 graus a 5,8 graus, de acordo com documento concluído em 2001 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, organismo que reúne cientistas de todo o mundo.

O aquecimento pode provocar uma série de tragédias. A Holanda terá de elevar a altura dos diques, Bangladesh sofrerá com inundações, ilhas do Pacífico desaparecerão, engolidas pelo mar. No Brasil, o aumento da temperatura poderá significar redução da biodiversidade amazônica e agravamento da seca do nordeste. Os relatórios estarão disponíveis na internet, nos sites www.centroclima.org.br e ipccprojeto.org.br. (O Estado de SP)

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