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Semestre Garantido

Os preços do açúcar no mercado internacional podem sofrer um novo revés no curto prazo, caso as chuvas voltem a ficar regulares no Centro-Sul do país, principal região produtora do Brasil, aliviando o

período de estiagem sobre as regiões produtoras de cana. As cotações da commodity, que estavam em um movimento de alta nos últimos meses, caíram em maio por conta da saída dos fundos de investimentos

do mercado e também com a entrada da safra de cana do Brasil. Esse ligeiro recuo, contudo, é temporário, segundo analistas de mercado. Eles acreditam que a commodity tem sustentação para se manter firme até o final do ano.

As preocupações com a seca na maior região produtora do país voltaram a dar suporte aos preços do açúcar nas últimas semanas de junho. As recentes chuvas, porém, deram um novo rumo às cotações pelo menos no curto prazo, tirando parte do suporte sobre os preços, segundo analistas de mercado. Mas a expectativa no médio e longo prazo é de que as cotações continuem firmes no segundo semestre.

Para alguns analistas internacionais, os contratos futuros de açúcar deverão alcançar até o quarto trimestre deste ano seu mais elevado preço médio em Nova York de pelo menos 20 anos. As cotações deverão continuar sustentadas pelo crescimento da demanda por etanol, de acordo com estimativas do banco inglês Barclays Plc. O açúcar deverá ser negociado em média a 19 centavos de dólar por librapeso no último trimestre deste ano, segundo um analista do banco Barclays. Os contratos de açúcar não alcançam o preço trimestral médio de 19 centavos de dólar a libra-peso há pelo menos 20 anos. O pico do preço do açúcar foi de 66 centavos de dólar a librapeso em 1974.

A commodity foi negociada ao preço médio de 16,92 centavos de dólar por libra-peso nestes primeiros seis meses do ano, quase 70% acima em

relação ao mesmo período do ano passado. Os motivos de sustentação dos preços do açúcar não mudaram. O aumento dos preços do petróleo

elevou a demanda por álcool, que deverá ser misturado à gasolina. A demanda mundial por açúcar vai crescer 1,3%, para o recorde de 145,7 milhões de toneladas na safra global 2006/07, que se iniciará em

outubro, de acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Os preços do açúcar subiram quase 75% nos últimos 12 meses, diante da aposta dos investidores de que os produtos agrícolas, o petróleo e os metais vão se beneficiar com a disparada da demanda por parte da China. O aumento também foi estimulado por especulações de que o Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, vai canalizar uma parcela maior de sua safra de cana para a produção de álcool. Segundo Michael McDougall, diretor da Fimat Futures, sediada em Nova York, os preços do açúcar ainda têm a sustentação da boa demanda por parte da Rússia – maior importador global de açúcar – e da China. Há notícias de que em 2007 os estoques da Rússia possam recuar para seu nível mais baixo

dos últimos 19 anos, com a demanda interna alcançando seu mais elevado patamar dos últimos cinco anos, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

McDougall ainda destacou as preocupações do mercado com os problemas de fungos identificados na Austrália e possíveis problemas climáticos nos países produtores de açúcar da Ásia. “Temos que lembrar que a União Européia começa a exportar menos açúcar este ano por conta da reforma açucareira promovida pelo bloco”, disse.

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