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Sem reajuste no preço da gasolina, Petrobras corta até R$ 15 bi em custos

Um programa emergencial com o objetivo de economizar por ano, a partir de 2013, algo entre R$ 5 bilhões e R$ 15 bilhões foi anunciado ontem ao quadro funcional da Petrobras pela presidente Graça Foster. Análises internas indicam que houve no ano passado o gasto de R$ 63 bilhões em atividades que poderão vir a sofrer cortes.

Em curso desde junho passado, o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop)começará a ser aplicado em janeiro. Será uma tentativa de a companhia petrolífera equilibrar as finanças, já que os pedidos feitos ao governo Dilma Rousseff para aumentar o preço dos combustível não serão atendidos tão cedo, segundo Graça. O governo é o principal controlador da Petrobrás.

A fala da presidente foi realizada em auditório, diante de plateia formada por diretores, gerentes e presidentes de subsidiárias, como Transpetro, BR Distribuidora e Petrobrás Biocombustíveis. O sistema interno transmitiu a explanação da presidente em todas as unidades da petroleira. A meta foi disseminar entre os empregados a necessidade urgente de reduzir os gastos.

A prioridade dos cortes acontecerá na Diretoria de Exploração & Produção (E&P), mas também serão atingidas as diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia. As diretrizes do Procop a partir de 2013 deverão ser divulgadas até dezembro, segundo a Petrobrás.

O foco da redução de despesas na área de E&P será o segmento de produção de óleo e gás, por meio da redução do consumo de insumos em plataformas e campos; da otimização de recursos empregados na operação e manutenção de plataformas, poços e instalações; e do aprimoramento dos recursos de logística.

Refino. Na Diretoria de Abastecimento, será afetada a área de refino e logística, com a busca do nivelamento da produtividade das refinarias, redução de estoques e menos gastos de manutenção e operação de oleodutos, terminais e navios.

As medidas para a contenção de despesas na Diretoria de Gás e Energia serão a redução do custo operacional dos gasodutos e do consumo de insumos em termelétricas e plantas de fertilizantes, onde também será buscado o gasto mais criterioso dos recursos a elas destinados.

A companhia informou que os R$ 63 bilhões mapeados são de custos fixos, chamados de “gerenciáveis” na nota distribuída. O valor exclui os gastos variáveis, como compras de matéria-prima e derivados, por exemplo. A quantia está dentro dos R$ 199 bilhões empregados em despesas operacionais pela Petrobrás em 2011.

A reação dos especialistas em petróleo de corretoras foi favorável em um primeiro momento, embora tenham considerado o pronunciamento de Graça pouco preciso.

“Acho que esse é um passo até certo ponto esperado nesta nova gestão. Já vinha sendo esperado, demorou a acontecer. A fala da presidente não foi muito esclarecedora, mas há muito setores na empresa em que podem acontecer cortes. Em uma empresa que registrou agora um prejuízo inédito em dez anos é natural que haja um programa de redução de custos”, afirmou Ricardo Corrêa (Ativa Corretora), referindo-se ao prejuízo recorde de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre deste ano.

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