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Sede de petróleo da China cria dilema para os EUA

A sede de petróleo de China, que pode fazer com que o país passe os Estados Unidos como maior importador mundial de petróleo do Oriente Médio, deve aumentar as tensões diplomáticas entre os dois países.

A China passou os EUA como importadora de petróleo do Golfo Pérsico há anos. Agora ela está a caminho de ultrapassar os EUA como a maior compradora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, composta sobretudo de países do Oriente Médio.

Isso aumenta a pressão sobre o exército americano para garantir a segurança dos embarques de petróleo da região para a China, num momento em que Pequim resiste à pressão dos EUA para apoiar sua política externa em relação ao Oriente Médio.

Mas, com a ascensão do setor de petróleo e gás de xisto nos EUA, o país está a caminho de se tornar o maior produtor mundial de petróleo e gás, podendo ultrapassar a Rússia.

Isso, combinado com a estagnação do consumo interno, está tornando os EUA muito menos dependentes do petróleo importado, inclusive do Oriente Médio, num momento em que cresce a dependência da China em relação ao petróleo da região.

As importações chinesas de petróleo da Opep no primeiro semestre foram, em média, de 3,7 milhões de barris diários, contra 3,5 milhões dos EUA, segundo a firma de consultoria Wood Mackenzie.

O novo cenário é um dilema. Para a China, significa que a sua economia depende, em parte, do petróleo vindo de uma região dominada pelos militares americanos. Para Washington, significa justificar gastos militares que beneficiam um país visto por muitos americanos como um rival, e que muitas vezes não apoia os EUA na política externa.

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