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Seca faz usina de MG perder 15% da moagem

canaA seca é a principal vilã da safra de cana-de-açúcar 2016/17 da Agro Industrial de Pompéu S. A. (Agropeu), com unidade produtora em Pompéu, na região central de Minas Gerais.

Em entrevista ao Portal JornalCana, Geraldo Octacílio Cordeiro, diretor-presidente da empresa, estima que, por conta da forte estiagem, a moagem da safra em andamento deverá ficar em 1 milhão de toneladas de cana. O volume é 15% abaixo do estimado inicialmente.

Cordeiro conversou com a equipe do Portal JornalCana em 05/10, durante evento sobre bioeletricidade promovido pela associação de indústrias do setor Siamig em Belo Horizonte (MG).

Como está a safra 16/17 para a Agropeu?

Geraldo Cordeiro – Estamos no terço final da safra, com quebra de produtividade devido ao estresse hídrico que tivemos, de forma acentuada, no fechamento do ciclo vegetativo da cana. Isso foi no mês de abril. Em nossa região, a chuva registrada ficou muito abaixo da média e com isso tivemos quebra de produtividade.

Quando a safra deverá ser encerrada?

Geraldo Cordeiro – Neste mês de outubro, na segunda quinzena. Teremos uma quebra de mais de 200 mil toneladas de cana-de-açúcar em relação a safra anterior, a 15/16.

Qual era a previsão inicial de moagem?

Geraldo Cordeiro – A previsão era moer 1,250 milhão de toneladas, e chegaremos a 1 milhão de toneladas.

E a produtividade agrícola?

Geraldo Cordeiro – A expectativa era de 75 toneladas de cana por hectares (TCH) e vamos fechar em 62 TCH.

Como deverá ficar a produção?

Geraldo Cordeiro – Chegaremos a 1,050 milhão de sacas de 50 quilos e 55 milhões de litros de etanol.

E bioeletricidade? 

Cordeiro, da Agropeu: investimentos em nova caldeira para a próxima safra
Cordeiro, da Agropeu: investimentos em nova caldeira para a próxima safra

Geraldo Cordeiro – Estamos em fase de testes na produção de eletricidade excedente para venda ao mercado. Na segunda quinzena de setembro iniciamos a injeção de 5 megawatts (MW) no sistema.

Há mercado para venda de bioeletricidade no spot?

Geraldo Cordeiro – Como estamos em testes, liquidamos a oferta pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

Há previsão de investir no aumento da cogeração?

Geraldo Cordeiro – Temos previsão de aumentar a geração de vapor, com mais uma caldeira, para atender a outorga que já temos de 15 MW.

A nova caldeira já é para a safra 2017/18?

Geraldo Cordeiro – Sim. É um investimento estimado em R$ 45 milhões para a caldeira entrar em operação durante a 17/18.

A caldeira já foi adquirida?

Geraldo Cordeiro – Estamos em negociação.

Quando a Agropeu deverá iniciar a moagem da 17/18?

Geraldo Cordeiro – Na segunda quinzena de abril.

Há previsão de moer 1,250 milhão de toneladas de cana?

Geraldo Cordeiro – Depende de São Pedro.

A usina terá uma entressafra longa.

Geraldo Cordeiro – Sim, teremos uma grande entressafra. Serão seis meses sem faturar, o que é muito ruim.

 

Saiba mais sobre a Agropeu 

A história da Agropéu começa em 1981, quando foi fundada uma destilaria de álcool, em Pompéu, por um grupo de empresários pompeanos ligados ao agro negócio, sob a liderança de Paulo Otacílio Cordeiro e Antônio Joaquim Cordeiro. Os atuais controladores e principais dirigentes representam à segunda geração dos empreendedores que fundaram a empresa.

O projeto que deu origem a Agropéu S/A, foi enquadrado nos fundamentos da segunda fase do Proálcool, onde contemplava a construções de destilarias autônomas para atender a demanda dos novos veículos movidos exclusivamente a álcool e reforçar a oferta de álcool anidro, priorizado pela primeira fase do programa nacional do álcool.

Pelo projeto original, foi construída uma destilaria com capacidade de produção de 120.000 litros de álcool por dia, sendo as lavouras de cana-de-açúcar de propriedade de produtores independentes, constituindo um sistema de integração contratual, com forte regulamentação governamental, através do IAA. A primeira safra foi realizada no ano de 1984.
Na década de 90, na agonia anunciada do Proálcool, a empresa buscou nova identidade, assumindo a produção da matéria prima, cana-de-açúcar, com grande esforço para a ocupação da capacidade ociosa da planta industrial.

 

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