Seagro confirma o agronegócio como força da economia tocantinense

No Tocantins, a soja lidera o ranking das exportações e da produção de grãos. De acordo com informações da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, de 2000 a 2008, a cultura cresceu 706%. Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Sahium, os números marcam positivamente a história da produção e o investimento em pesquisa pelo governo estadual foi o que mais contribuiu para esse crescimento. “Hoje conseguimos índices de produtividade por hectare iguais aos da região Sul do país”, reforça.

Dados do Mapa – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento informam o avanço de 76,26% na exportação da soja em relação ao ano de 2007. A soja conquistou mercados importantes da Ásia e da União Européia. Sahium relata que a expectativa é de avançar mais ainda. “Com a implantação da Ferrovia Norte-Sul será possível ampliar o plantio e com o investimento em pesquisa conseguiremos chegar a produzir em média 50 sacos por hectare”, frisa.

Boi Verde

A pecuária de corte é a segunda atividade mais importante da economia tocantinense. O secretário da Agricultura informa que o Ano do Boi Verde teve resultados positivos. “Primeiro foi a conscientização dos produtores. O segundo foi por fortalecer o boi tocantinense em fonte de renda com inclusão social, econômica, além do apelo ambiental”, pontua. A sanidade, o melhoramento genético e a qualidade das pastagens foram os aspectos mais abordados durante a campanha, idealizada pelo governo do Estado, por meio da Seagro.

O secretário ainda destaca que a campanha conseguiu modificar os números no que diz respeito à comercialização da carne bovina, que em 2007 caiu mais de 40% em relação a 2006. Em 2008, a venda de carne para o mercado exterior superou as expectativas, a exportação aumentou em 96,05% em relação a 2007. “A campanha também foi trabalhada da porteira para fora, pois o órgão de defesa, ou seja, a Adapec trabalhou intensivamente a questão da sanidade. E a garantia de qualidade abre mais espaço para a carne tocantinense”, reforça.

Agrotins

Em 2008 foram 331 expositores de diversos segmentos, como animal, vegetal, máquinas, veículos, produtos e serviços, agentes financeiros e órgãos públicos. Um crescimento de 34,5% em relação ao ano passado, quando 246 expositores participaram do evento.

O público também cresceu. Enquanto na edição anterior 35.986 pessoas visitaram o Centro Agrotecnológico de Palmas, este ano 37.098 visitantes conheceram as novidades da feira. Deste total, 4.380 pessoas participaram de alguma atividade de capacitação oferecida pelo evento.

O maior salto conseguido na oitava edição da Agrotins foi o volume de negócios gerado. Entre propostas, vendas e negociações, o montante atingido foi de R$ 42,96 milhões, um aumento de 86,8% em relação ao ano anterior.

Ano da Fruticultura

O Tocantins possui todas as qualidades positivas para a produção de frutas tropicais. Para aumentar a demanda comercial por frutos saudáveis, a Seagro lançará em 2009 o ‘Ano da Fruticultura Tropical Tocantinense’. As boas condições climáticas, altitude e a disponibilidade de água favorecem o plantio de frutas, especialmente o de abacaxi, banana, melancia e caju.

O abacaxi tocantinense é considerado um dos mais saborosos do País, especialmente pelo alto teor de brix (açúcar), o que agrada os paladares mais exigentes no Brasil e no mundo. A expectativa da Seagro é aumentar o cultivo de frutas para se chegar em 2011 a uma produção anual de 35 mil Kg/ha, 40 mil kg/ha de melancia, 10 mil kg/ha de caju e 20 mil kg/ha de banana. Estas metas fazem parte do projeto da Seagro intitulado Tocantins Rural.

Com a previsão de chegada de grandes centros atacadistas no Tocantins, a procura por frutas de boa qualidade deve aumentar. A implantação de grandes empresas atacadistas, como é o caso do Carrefour e do Extra, além da operacionalização da Ceasa – Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros será um portal de oportunidade para a vinda de novos investidores para o Estado.

Agricultura Familiar

A agricultura familiar é a mola propulsora do agronegócio tocantinense. No Tocantins, segundo informações da Seagro, existem aproximadamente 45 mil propriedades rurais. Juntas, são responsáveis por boa parte dos alimentos básicos que chegam à mesa da população.

Em 2008, as agricultoras familiares participaram de encontros nacionais e estaduais. Cerca de 250 mulheres participaram do 2° Encontro Estadual das Agricultoras Familiares. A criação do Mafeto – Movimento das Agricultoras Familiares do Estado do Tocantins marcou o evento.

No Tocantins o programa “Território da Cidadania” implantará, a partir de janeiro de 2009, os Territórios do Jalapão e Sudeste, atendendo 25 novos municípios dessas regiões. O objetivo é reduzir as desigualdades sociais e regionais, estimulando a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares. O programa já investiu no Tocantins cerca R$ 4 milhões. No próximo ano (2009), o Tocantins será contemplado com a linha do Crédito Fundiário de Combate à Pobreza Rural.

Uma das principais políticas do governo está voltada para a agricultura familiar. Em 2008, foram mais de 40 mil atendimentos realizados diretamente para esse público. Em parceria com o governo federal, a agricultura familiar recebeu investimentos na ordem de R$ 22,2 milhões em ações voltadas para o desenvolvimento rural sustentável. Foram 110 acompanhamentos realizados em vários municípios, para monitorar os projetos relacionados ao PCNF – Programa Nacional do Crédito Fundiário.

Os monitoramentos e acompanhamentos das ações do Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar contribuíram para a realização de 10.806 contratos na safra 2007/2008, perfazendo um total de R$ 106 milhões. Na safra 2008/2009, foram 450 contratos, resultando em R$ 6 milhões para o segmento.

Apicultura

Com três safras anuais, o mel poderá chegar à marca de 300 toneladas em 2010. De acordo com a diretora de Produção Animal da Seagro – Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Érika jardim, isso representa um salto importante para o setor, pois os números são prova de que a apicultura se profissionalizou não sendo mais vista como atividade secundária. O Tocantins conta com 42 associações, duas cooperativas e 1.000 produtores.

A produção tocantinense é registrada com os selos de inspeção municipal e estadual, SIM e SIE, respectivamente. O mel tocantinense ainda não ultrapassou as fronteiras estaduais, pois sua produção ainda é pequena, todo o produto é consumido internamente. Com a proposta de aumentar o volume, entidades utilizam a Câmara Setorial para criar e implantar políticas em prol do segmento.

Em parceria com o Banco do Brasil, o Estado receberá a partir de 2009 três entrepostos e 10 casas de mel. Segundo Érika Jardim, o projeto está na fase final de legalização. “As cidades de Figueirópolis, Barrolândia e Axixá terão condições melhores para o processamento e armazenamento. Com isso, o mel terá condições de receber o SIF – Selo de Inspeção Federal”, diz.

Flores tropicais

O cultivo de flores tropicais iniciou no Tocantins de forma tímida, apenas em Palmas. Após quase oito anos a atividade cresceu, ganhou novos adeptos atentos às exigências de mercado. A opção dos floricultores pelo modo natural de plantio atraiu grupos internacionais, que já sinalizaram o interesse em comprar a produção tocantinense. O que começou de forma pequena tomou proporções altamente rentáveis. A Atropicato – Associação Tocantinense de Flores Tropicais se prepara para lançar a beleza floral pela Europa.

A produtora e design de arranjos florais, Emilane Borges Lima Gaviolli, membro da Atropicato, conta que a procura pelas flores é constante. Segundo Emilane, a área total da associação é de 13 hectares. A proposta é aumentar para 24 hectares e ampliar a comercialização. “Hoje a associação colhe mensalmente cerca de 500 flores, mas nós queremos triplicar esse número e atender outros mercados”, frisa.