Se a americana Archer Daniels Midland (ADM) oficializar a compra da rival Bunge, como divulgado pela imprensa nacional e internacional, a compradora retorna ao setor sucroenergético brasileiro com fôlego redobrado. De imediato, poderá já operacionalizar a safra de cana-de-açúcar 2018/19 com as oito unidades produtoras hoje controladas pela Bunge.
As oito usinas controladas atualmente pela Bunge têm capacidade de moagem de 21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, segundo a plataforma de dados do setor Infocana relacionada a informações da safra 2015/16.
As unidades sucroenergéticas da Bunge estão espalhadas pelos estados de São Paulo (unidades Ouroeste, Orindiúva e Guariroba), Minas Gerais (Frutal, Itapagipe e Santa Juliana), Mato Grosso do Sul (Monteverde) e em Tocantins (Pedro Afonso).
A ADM atuou até 2016 no setor sucroenergético brasileiro a partir da unidade Limeira do Oeste, no município de mesmo nome em Minas Gerais. Naquele ano, a companhia americana vendeu a unidade para a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), empresa controlada pela brasileira JF Citrus e pela indonesa IndoAgri.
Negociação
As negociações de venda da Bunge para a ADM ganharam força nos últimos dias depois que a primeira divulgou ter encerrado o quarto trimestre de 2017 com prejuízo líquido de US$ 60 milhões, ante lucro líquido de US$ 271 milhões no mesmo período de 2016.
Em teleconferência com analistas neste mês de fevereiro, Soren Schroder, CEO da Bunge, lamentou os resultados. e disse que o clima afetou a divisão de açúcar e bioenergia – nesta, a receita diminuiu 14,2%, para US$ 1 bilhão, e houve perda de US$ 14 milhões.
Diante os resultados, a Bunge anunciou que deixará de atuar como trading de açúcar.