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Saúde e produtividade no corte de cana

As novas tecnologias e seus impactos no trabalho humano têm sido abordados sob vários aspectos, variando conforme as áreas do conhecimento e a natureza da problemática analisada. No corte de cana tem sido solicitado, cada vez mais, a atuação na análise de processos de reestruturação produtiva, sobretudo, no que se refere às questões relacionadas à caracterização da atividade e ao aumento da produtividade.

Como atualmente as empresas estão investindo em saúde e segurança. A importância de uma equipe multidisciplinar se faz presente. O conjunto de medidas como o uso dos equipamentos de proteção, alimentação no campo, alojamentos em condições favoráveis, higiene, participação dos resultados e ginástica laboral fazem do cortador de cana um funcionário motivado para desenvolver sua função, com isso melhorando a qualidade da mão de obra e do produto.

O corpo humano é um conjunto de potencialidades (fisica e emocional) que possibilitam ao homem, via processos de adaptação, elaborar respostas tendo em vista a satisfação de necessidades das quais depende a sua sobrevivência.

Todas as manhãs, logo ao nascer do sol, músculos e tendões começam a dar movimentos a um conjunto de ossos que se movimentam misturando repetitividade com força. A postura corporal do cortador de cana é de constante flexão de tronco, e intensa utilização da musculatura dos braços e punho. A contração abrupta e desordenada das grandes massas musculares podem originar forças de grandes intensidades que causam lesões nas estruturas do corpo, levando ao aparecimento de dores e conseqüentemente inflamações que levam o funcionário a adoecer. Adoecendo se afasta do trabalho, diminuindo sua produção e causando prejuízo para a empresa.

Além da própria postura de trabalho há outros fatores que predispõem ao agravamento das lesões como: a cana deitada, que exige maior esforço muscular do funcionário, solo com presença de pedras,que no momento do golpe do facão, há o contato direto com a pedra, causando um impacto maior na mão e punho. Muitas pessoas que já apresentam desvios posturais,ou mesmo problemas de saúde que são omitidos no momento do exame admissional, falta de própria falta de consciência corporal, muitos cortadores não sabem os limites do corpo e outros não conseguem desenvolver movimentos normais das articulações, usando o corpo em bloco, gastando-se muita energia para desenvolver determinados movimentos.

Com relação a ginástica laboral, o principal objetivo é preparar o corpo para trabalhar, é prevenir o aparecimento de lesões músculo-ligamentares, diminuindo os acidentes de trabalho causados pelos movimentos repetitivos e posturas inadequadas, diminuindo o absenteísmo e custos com atestados médicos, minimizando custos trabalhistas e melhorando a imagem da empresa no que se refere a qualidade de vida

Para se ter ótimos os exercícios devem ser dinâmicos principalmente os que associam coordenação motora. Isto faz ao que os funcionários se concentrem nos movimentos para não errar, ativando assim a atividade cerebral, despertando – os para o trabalho. Deve-se evitar exercícios monótonos e repetitivos pois se tornam automáticos, desconcentrando o funcionário no momento da execução.

Apesar dos anos passarem e novas tecnologias surgirem, ainda existe a mão de obra no setor sucroalcooleiro, e enquanto existir uma inviabilidade temporária em automatizar a mão de obra, é essencial investir na prevenção e na manutenção da integridade corporal, pois enquanto se pensa só em maquinas, esquece que para comandar uma produção é necessário a mão de uma ser humano.

Raquel Alleoni é Fisioterapeuta – Ergonomista da REVITAL, Prevenção e Saúde – 19 3421-7411

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