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São Paulo cria Câmara Setorial de Biocombustíveis

São Paulo irá somar às suas 25 câmaras setoriais já criadas a Câmara Setorial Especial de Biocombustíveis. A resolução do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira, está sendo publicada hoje no Diário Oficial do Estado.

O objetivo da nova câmara será definir parâmetros e medidas para o estabelecimento de segmentos produtivos de biocombustíveis competitivos nos agronegócios paulistas, com ênfase nas oportunidades representadas pelo álcool e o biodiesel.

De acordo com o secretário, a câmara terá também a finalidade de consolidar as propostas de projetos estratégicos para o álcool combustíveis e o biodiesel, envolvendo desde a geração de inovações tecnológicas até proposituras de mecanismos de financiamento para alavancagem da produção estadual.

“A produção de combustíveis com base em tecnologia limpa, como é o caso do álcool e do biodiesel, são fundamentais na redução de emissões e do sequestro de carbono. Esse é um desafio mundial, previsto no Protocolo de Kyoto, e estamos dando um passo importante nessa direção”, disse o secretário.

Outra resolução a ser publicada nesta quinta-feira designa como presidente da Câmara Especial Setorial de Biocombustíveis o professor Miguel Dabdoub, do Ladetel (Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas), do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto. Em 15 dias, o presidente deverá apresentar uma proposta de estruturação das ações da câmara para a consolidação dos novos agronegócios dos biocombustíveis.

As câmara setoriais são formadas por representantes de toda a cadeia dos agronegócios e a de Biocombustíveis terá como membros representantes do Ladetel, dos órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), do setor sucroalcooleiro, agroindústria de óleos vegetais, indústria automobilística, automotores, autopeças, motores e transportes, indústria de equipamentos e produção e distribuição de combustíveis, universidades, organizações de produtores, cooperativas, especialistas em questões ambientais, cotas e créditos de sequestro de carbono e especialistas em questões tributário-ecológicas.

Para o secretário Duarte Nogueira, a estrutura produtiva paulista contribuiu fortemente para o Proálcool – o Estado é o maior produtor brasileiro do combustível -, possui já em desenvolvimento o projeto do biodiesel e com marcante participação na co-geração de energia a partir do bagaço de cana (biomassa).

“A Idade da Pedra não terminou por falta de pedra. Dessa mesma forma, na era do petróleo, o pensamento da humanidade está voltado para o uso de combustíveis originados a partir de fontes limpas e renováveis por uma questão de sobrevivência e manutenção dos recursos naturais”, disse o secretário.

Atualmente São Paulo é responsável pela geração de 500 megawatts de energia a partir do bagaço da cana dos 619 megawatts produzidos em todo o Brasil. No Estado, o setor sucroalcooleiro gera para consumo próprio cerca de 1.000 Megawatts e 46 usinas produzem excedentes de 500 megawatts, comercializados para a rede pública.

Em relação ao biodiesel (produzido a partir de óleos vegetais -soja, girassol, milho, algodão, canola ou qualquer oleaginosa- e um álcool), o Ladetel dominou e patenteou um processo de produção de biodiesel, que é o óleo vegetal bruto submetido ao processo de transesterificação. Os pesquisadores conseguiram incorporar à produção do combustível o álcool de cana.

Desse processo resultam o biodiesel, a glicerina e a torta de oleaginosa. Esse laboratório tem testado com sucesso o biodiesel com inúmeros parceiros de peso como a Renault e a Valtra, Em veículos de passageiros movidos a biodiesel apresentou consumo médio de 20 km por litro.

A secretaria, por meio do Centro APTA Engenharia e Automação do Instituto Agronômico, vem realizando o Projeto Utilização de Óleo de Girassol em trator agrícola, estudando o uso do óleo de girassol na forma bruta e transesterificado (biodiesel) em tratores agrícolas, verificando em relação ao uso de óleo diesel, seu efeito no desempenho do motor, possíveis conseqüências internas no motor e nas características do óleo lubrificante.

Alemanha, Áustria e outros países da Europa Central têm experiência na utilização em larga escala do biodiesel puro. A França utiliza o biodiesel na forma de mistura, com 5%. Os EUA vendem misturas de biodiesel. O Japão iniciou recentemente um programa de produção de biodiesel e a Argentina produz biodiesel e utiliza misturas.

Em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento reorganizou a formação das câmaras setoriais em 1997 e agora 26 estão criadas: agricultura ecológica, algodão, aves, batata, borracha natural, café, carne bovina, carne suína, flores e plantas ornamentais, frutas, hortaliças, cebola e alho, lazer e turismo regional, leite e derivados, mandioca, milho, trigo, produtos florestais, açúcar e álcool, arroz, citros, feijão, ovos, pescados, produtos apícolas, soja e Biocombustíveis. (Fonte: Assessoria da Secretaria da Agricultura)

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