Mercado

São Paulo concentra grande parte dos novos projetos

As apostas do mercado eram de que São Paulo tinha chegado a seu limite de capacidade de produção de cana. Mas as estimativas estavam erradas. Responsável por cerca de 60% da oferta nacional de cana, o Estado deverá comportar nos próximos cinco anos de 18 a 20 novos projetos de usinas de açúcar e álcool, do total que está sendo esperado para o Centro-Sul do país.

A expansão está em curso nas regiões oeste e noroeste do Estado, afirma Luiz Guilherme Zancaner , presidente das usinas Unialco, de São Paulo, e Alcovale, do Mato Grosso do Sul, e presidente da União das Destilarias do Oeste Paulista (Udop).

Segundo Zancaner, pelo menos quatro novas usinas estão em construção no momento. As cidades mais cotadas para a expansão do setor ficam próximas a Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Araçatuba. “O ideal é que a fronteira entre uma usina e outra seja de 30 a 40 quilômetros de distância. Nessas regiões, o limite até é respeitado, mas em outras do Estado, como Catanduva, a concorrência é maior, com disputa pelo arrendamento de terras.”

Zancaner está aguardando a aprovação da licença ambiental para investir em uma nova unidade na região. “Tenho dois projetos novos. Estou aguardando a liberação da licença ambiental para tocar meu projeto”, afirma.

Assim como Zancaner, o empresário Antônio Eduardo Tonielo, do Grupo Toniello, faz as suas apostas na região oeste de São Paulo. Em recente entrevista ao Valor, o empresário confirmou investimento de R$ 80 milhões em sua terceira unidade produtora, na cidade de Castilho (SP). À época, Tonielo explicou que o grupo não tinha mais cana suficiente para crescer nas regiões onde estava instalado. A nova unidade deverá entrar em operação na safra 2005/06, com 600 mil toneladas de cana. Em quatro anos, a previsão é que seja alcançada uma produção de 2,2 milhões de toneladas.

A alteração nas rotas de investimentos só será contida em caso de mudança drástica nos preços internacionais. “Não haverá alteração nos investimentos, mas o ritmo seria bem menor se houvesse mudança na trajetória de preços.”

O Estado de São Paulo é alvo de cobiça de grupos estrangeiros no país. O grupo alemão Nordzücker esteve conversando com empresários do setor neste ano, segundo fontes de mercado. A companhia alemã estaria interessada em fechar parcerias com outros grupos instalados no país ou fazer aquisições. Procurada pelo Valor, a empresa negou, por sua assessoria de comunicação, que estaria fechando negócios no país.

No Brasil há quatro anos, o Grupo Louis Dreyfus adquiriu este ano sua terceira usina e está de olho em novas oportunidades. O Grupo Tereos, com duas usinas da Açúcar Guarani, também planeja investimentos em expansão e não descarta novas aquisições. (M.S.)

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