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São Paulo comemora clima equilibrado

Enquanto produtores de grãos de estados vizinhos reclamam de estiagens de até três semanas em plena fase de plantio, os agricultores paulistas mostram-se satisfeitos e empolgados. Estão concluindo a semeadura da soja e do milho com umidade suficiente e ampliando área num ano de cotações valorizadas. “Até agora, foi tudo dentro dos conformes”, resume Luiz Domingues, que conclui nesta semana o plantio de 2,2 mil hectares na região de Itaberá (Sul). Pastagens e canaviais sofrem pressão da boa fase da oleaginosa.

Na região de Cândido Mota (Sudoeste), técnicos e produtores relatam que a soja ganha área cerca de 10% maior que a do ano passado, tirando espaço inclusive do milho. O movimento se assemelha ao que aconteceu nas demais regiões agrícolas do Brasil, com uma diferença: para garantir tamanha expansão, a oleaginosa enfrenta forte concorrência das usinas sucroalcooleiras, que investem pesado em arrendamento.

Os preços caíram um pouco mas ainda empolgam a produção de grãos. “A cotação da saca de soja chegou a R$ 80 um mês atrás e se mantém em R$ 55 para entrega em março”, relata o agrônomo José Roberto Massud, técnico da cooperativa Coopermota.

A Expedição Safra apurou que há produtores deixando, sim, a cana para plantar soja. José Roberto Leitão, de Brejo Alegre (Noroeste), transformou 41 hectares de canavial em área de grãos e, no próximo ano, deve fazer o mesmo com outros 24 hectares. “O ciclo da minha cana acabou [após seis cortes] e percebi que vale mais a pena apostar na soja, pelos preços e pela garantia de mercado e recebimento.”

Seu irmão, Manoel Antônio Leitão, conta que a soja se tornou viável mesmo em áreas pequenas. Com 14 hectares, ele consegue manter custos abaixo da receita pagando por serviços de máquinas da vizinhança. Se fosse arrendar sua área para a cadeia da cana, receberia cerca de R$ 800 por hectare, relata. “Posso tirar duas vezes mais, limpo, produzindo soja.”

São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais estão concluindo o plantio da safra de grãos de verão. Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que completam a metade sul do mapa brasileiro, praticamente encerraram a tarefa.

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