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Salários atrasados geram nova reivindicação de trabalhadores na Galo Bravo

O clima de reivindicação tomou conta mais uma vez da Usina Galo Bravo, de Ribeirão Preto (SP) na manhã desta terça-feira. O atraso no pagamento salarial atinge mais de 600 funcionários da unidade, segundo informações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão Preto, Silvio Palviqueres. Diversos funcionários do corte de cana foram dispensados e a data do acerto de contas está programada para hoje. “A usina levantou cerca de R$ 90 mil para o acerto dos funcionários que foram dispensados. Os atrasos de salários não sabemos quando a unidade deverá acertar. Sei que nesta manhã a diretoria esteve reunida na casa do proprietário, Ricardo Mansur”, informa.

Mais de 100 colaboradores participaram da reivindicação na portaria da Galo Bravo e interditaram com troncos de árvores algumas passagens de acesso na usina. O colaborador, Antônio Moreira, que veio há quatro meses do Ceará para trabalhar na usina, foi dispensado e aguarda o seu pagamento hoje. “Só quero meu acerto”, diz.

Um dos manisfestantes informaram que das 28 turmas de rurícolas, 18 devem ser dispensadas pela empresa. Jailton dos Santos, trabalhador rural da usina, teve um cheque de aproximadamente R$ 570,00 devolvido e diz estar passando necessidades. “Assim fica difícil porque vim do Piauí para trabalhar e não posso mais ajudar minha família”, lamenta.

Outro rurícola, o maranhense Samuel de Oliveira, tem situação complicada pois está há quatro meses sem receber. “Recebi vários cheques sem fundos. Estou sem comida e o comércio local não me vende mais nada. Ainda corro o risco de ser despejado. Depois de nossa greve no mês passado, o dinheiro apareceu e agora voltamos na mesma situação”, enfatiza.

De acordo com o funcionário, é preferível ser dispensado porque quer procurar outro trabalho. “Já faz cinco dias que não temos apontamentos já que não nos passam o registro de ponto. Dependo disso para sustentar minha família e meus quatro filhos. Queremos respaldo dos Sindicatos”, lembra.

O maranhense José Ferreira do Nascimento, rurícola, explica que está passando necessidades e já começou na empresa há três meses com esses problemas. “Não temos comida, queremos ser dispensados e voltarmos para nossa terra”, afirma.

Os trabalhadores reclamam ainda que o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não está sendo depositado, fato confirmado pela Subdelegacia do Ministério do Trabalho. “Acreditamos que esse dinheiro não seja repassado desde 2007. O Ministério do Trabalho deve intervir e aguarda uma reunião com uma comissão que deverá ser formada por 15 trabalhadores da usina”, comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribeirão Preto, Silvio Palviqueres.

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