O que é preciso para transformar a planta industrial de uma usina de cana em um modelo de balanço energético? Antes de saber como, é preciso lembrar-se do porquê. Com um balanço energético otimizado, obtém-se o consumo adequado de vapor no processo de produção de açúcar e etanol, além de maximizar a geração de excedente de energia elétrica para comercialização. O resultado é rentabilidade financeira.
Mas como chegar ao padrão ideal de balanço energético?
Bruno Moraes de Oliveira, engenheiro químico e consultor da Soteica informa que uma das maneiras eficientes para atingir esse objetivo é mapear todos os processos de produção, ou melhor, fazer com que toda a equipe responsável pela produção, não somente gestores, mas também a equipe operacional conheça e tenha acesso facilitado ao balanço de massa e energia, de preferência em tempo real, para agilizar a atuação.
DESTAQUE > 8 usinas que aumentaram sua eficiência energética sem grandes investimentos
“Deve-se visualizar o balanço de massa e energia de forma integrada o que permite que todas as áreas envolvidas compreendam melhor que a usina deve operar de forma única, ou seja, cada setor tem sua importância e deve operar de forma equilibrada para atingir os objetivos de produção. Assim, os gestores terão os dados de eficiência dos principais equipamentos de forma a facilitar a tomada de decisão de manutenção de equipamentos e aprimorar o conhecimento de gargalos de produção. Como por exemplo, um equipamento ineficiente que está processando mais do que deveria em detrimento de outro que está mais eficiente naquele momento e que poderia ser mais bem utilizado”, explica Oliveira.
Quais usinas atualmente são modelo de eficiência de balanço energético?
No post 8 usinas que aumentaram sua eficiência energética sem grandes investimentos elencamos unidades produtoras que são referência no assunto. Mas a seguir destacamos 3 delas que são modelo de Otimização em Utilidades & Balanço Energético. Veja:
1 – Alta Mogiana
Há muito tempo referência em eficiência industrial e segurança do trabalho, a Usina Alta Mogiana vem investindo fortemente em tecnologias de controle e automação industrial. A unidade produtora integrou sua gestão e operação em laços fechados, utilizando as malhas existentes, e em laços abertos, rodando o PDCA Online.
2 – Santa Lúcia
Com a projeção de ter a maior safra de sua história, com a moagem de 1,6 milhão de TC, a Usina Santa Lúcia, de Araras (SP), investiu na ampliação da cogeração e em melhorias de sua planta industrial. Na UTE foi implantado um turbo gerador com potência de 10MW (condensação) e um condensador evaporativo de 50 tvp/h. Na planta foram trocadas 4 caixas de evaporação de 500 m2 por 3 caixas de 1000 m2, passando para 6 efeitos; as esteiras de alimentação de bagaço foram alargadas; e o secador de 14.000 sacas/dia foi substituído por um de 25.000 sacas/dia.
3 – Cerradinho Bio
A Cerradinho Bio, localizada em Chapadão do Céu (GO) está entre as principais usinas de alta eficiência energética. Na safra 2019/20, a unidade produtora processou 5,3 milhões de toneladas de cana, produzindo 440 milhões de litros de etanol hidratado e exportando 475 GWh de energia elétrica, de acordo com seu gerente industrial, Walter Di Mastrogirolamo.
E o que elas fazem para obter esses resultados tão significativos?
A resposta foi apresentada no segundo painel da 1ª Maratona SINATUB – Caldeiras, Vapor e Energia. Ele apresentou os detalhes das 3 usinas modelo de Otimização em Utilidades & Balanço Energético. Confira quem são os 3 gerentes de usinas e o especialista que tratarão sobre o tema:
– Bruno Moraes de Oliveira, engenheiro químico e consultor da Soteica
– Rafael Ometto Do Amaral, engenheiro de produção industrial da Usina Santa Lúcia
– Ranor Cardoso Lemos, especialista em Manutenção da Cerradinho Bio