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Safra recorde na cana-de-açúcar

Impulsionada pela demanda interna e externa por açúcar e álcool, a produção de cana-deaçúcar na safra 2006/07 será de 471,2 milhões de toneladas, recorde histórico para o País.

Estimativa divulgada ontem pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira, aponta crescimento de 9,2% na produção na comparação com a safra anterior, que foi de 431,4 milhões de toneladas. Em relação à previsão anterior para a safra 2006/07, divulgada em maio, o crescimento é de 0,3%, ou 1,3 milhão de toneladas.

Na avaliação do presidente da Conab, os preços do açúcar e do álcool estão muito atrativos, o que estimulou o plantio de cana. Ele citou que o preço de um tipo de açúcar comercializado no mercado externo subiu 26,19% em um ano. A área plantada em 2006/07 cresceu 5,5%, chegando a 6,2 milhões de hectares. As lavouras de cana ocuparam áreas que antes eram utilizadas para a engorda de animais e para o cultivo de grãos, informaram os técnicos da Conab que visitaram regiões canavieiras no começo de agosto para fazer o levantamento.

Além da questão dos preços, lembrou Ferreira, o rendimento das lavouras também melhorou. O clima favorável no Nordeste compensou a queda na produção na Região CentroSul, onde as lavouras foram prejudicadas pela estiagem, afirmou. Na média do País, o rendimento das lavouras de cana cresceu 3,5%, chegando a 76.467 quilos por hectare. Nas Regiões Norte e Nordeste, esse crescimento foi de 7,7%, para 56.659 quilos por hectare.

Pelo levantamento da Conab, os Estados do Centro-Sul continuam sendo os maiores produtores de cana do País.

Eles são responsáveis por 86,3% da safra prevista para este ano. São Paulo é o principal produtor, com 282,1 milhões de toneladas, ou 59,9% do total. As Regiões Norte e Nordeste contribuem com 13,7% da produção prevista para o ano-safra.

Da produção total de 471,2 milhões de toneladas de cana, 423,4 milhões de toneladas serão destinadas à indústria sucroalcooleira. Desse total, 238,4 milhões de toneladas irão para a produção de açúcar. Esse volume é suficiente para produzir 595,3 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar.

A industrialização total de álcool (hidratado, anidro e neutro) vai demandar, segundo cálculos da Conab, 185 milhões de toneladas de cana.

A produção de álcool será de 17,8 bilhões de litros no ano-safra. O restante da produção, 47,8 milhões de toneladas, será destinado a outros fins, como produção de cachaça, rapadura, ração animal e mudas.

ALÍVIO

A estimativa da Conab foi recebida com alívio pelo Ministério da Agricultura. Os números mostram que a demanda por álcool está aumentando, mas a estimativa indica que o produtor também está elevando a sua produção, comentou uma fonte do ministério.

Segundo essa fonte, os números mostram que a oferta de cana-de-açúcar será suficiente para garantir o abastecimento interno e externo de açúcar e álcool e evitar uma crise de desabastecimento.

Ainda de acordo com esse interlocutor, o Brasil terá pelo menos 1 bilhão de litros a mais de etanol no fim do anosafra. Estaremos mais tranqüilos, disse. No CentroSul, a safra de cana termina em novembro. No Nordeste, ela começa em novembro e vai até abril.

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