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Safra recorde, a herança do governo anterior

A divergência entre Brasil e Argentina no comércio bilateral do açúcar não é mais assunto para o atual governo argentino, disse ontem o secretário de Comércio e Indústria do país, Dante Sica. Ele manteve reuniões com o secretário brasileiro da indústria e comércio, Márcio Fortes, anos dois últimos dias em Buenos Aires, e mais uma vez não houve avanço sobre a mais séria pendência bilateral atual. O açúcar brasileiro não entra na Argentina porque é sobretaxado com tarifa de 20%. Por isso, o Brasil ameaça levar o caso à OMC.

Em entrevista conjunta dos dois secretários, Fortes disse que o Brasil pediu que a Argentina faça uma proposta de abertura gradual para o setor que sinalizasse a disposição de resolver o problema. Fontes da Secretaria de Comércio argentina informam que o Brasil chegou a indicar, em reuniões passadas, que estaria disposto a aceitar cronograma de abertura de até 20 anos.

“Mas este não é mais um assunto para o atual governo, que sai em dois meses”, disse Dante Sica. Ele alegou que a negativa do Congresso ao projeto do presidente Eduardo Duhalde, que reivindicava ao executivo o direito de poder derrubar as atuais barreiras ao produto, tirou a capacidade do atual governo de avançar sobre o tema.

Pelo lado brasileiro, porém, entende-se que Duhalde não se empenhou para a aprovação do projeto e que ele não estava disposto a tocar em assunto tão sensível. Os produtores argentinos alegam que o Proálcool significa subsídio aos produtores brasileiros, o que caracterizaria dumping e justificaria a adoção das barreiras.

Os secretários negaram que tenham tratado de outra polêmica recém-instalada, a da venda da PeCom à Petrobras. Na semana passada, o presidente Duhalde disse que vai vetar a inclusão da Transener no pacote de venda à estatal brasileira.

Paulo Soares

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