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Safra global de açúcar terá primeiro déficit, prevê INTL FCStone

3,8 milhões de toneladas. Este deverá ser o primeiro déficit mundial de açúcar desde 2009/10, na avaliação da consultoria INTL FCStone.

A consultoria divulga sua primeira estimativa para a safra global de açúcar 2015/16, que se inicia em outubro. De acordo com o analista João Paulo Botelho, “a produção deve diminuir ligeiramente, para 180,5 milhões de toneladas (-0,8%), devido tanto aos baixos preços do açúcar como ao clima desfavorável em várias partes do globo”.

Apesar de significativo, o saldo está longe de consumir os estoques acumulados nas cinco temporadas anteriores.

A produção mundial de açúcar deverá recuar 0,8%, segundo a INTL FCStone
A produção mundial de açúcar deverá recuar 0,8%, segundo a INTL FCStone

A demanda deve crescer ligeiramente menos do que na temporada passada devido à desaceleração econômica em importantes países emergentes (notadamente a China) mas, ainda assim, o suficiente para alcançar 184,3 milhões de toneladas (+1,8%) e superar a produção.

Leia mais: Açúcar brasileiro perde com a crise chinesa

Ainda com relação à próxima safra, a principal incógnita é a Índia.

Em Uttar Pradesh, que havia sido o segundo maior estado produtor na última temporada, a condição da cana está significativamente melhor do que no ano anterior, podendo levar a maior produtividade agrícola e industrial. Já Mahrashtra e Karnataka (1º e 3º maiores produtores, respectivamente) apresentam mais incertezas, em vista da forte seca que afeta a região.

De acordo com análise da consultoria, no Centro-Sul brasileiro e na Tailândia a produção deve apresentar um crescimento tímido.

Neste último, embora o clima não tem sido o ideal para o desenvolvimento da cana na entressafra, a política de incentivo à transferência de área do arroz para a cana aumentou ainda mais a área plantada.

Mais cana

Em território brasileiro, o incremento produtivo estimado para o Centro-Sul pode ser explicado devido à maior disponibilidade de cana em 2015, à um início precoce da colheita de 2016 e à desvalorização do real, que torna a exportação de açúcar relativamente mais vantajosa em relação à produção de etanol.

Esse aumento, no entanto, pode ser parcialmente compensado pela região Nordeste onde, segundo Botelho, “o clima seco deve prejudicar a produtividade agrícola e a maioria das usinas deve optar por maior mix alcooleiro em relação à safra 2014/15”.

A maior queda de produção deve ocorrer na União Europeia, onde a área plantada com beterraba caiu 11,5% devido aos elevados estoques acumulados e baixos preços do açúcar no mercado interno.

Além disso, o clima tem sido seco na maior parte do período de desenvolvimento da beterraba, o que deve ter efeitos sobre a produtividade agrícola e industrial em alguns países importantes, como a Alemanha, que também foi o país que mais cortou a área plantada, em 16,5%.

 

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