Safra de cana crescerá menos e usinas confirmam produção de açúcar maior
A escassez de crédito causada pela crise e os baixos preços do açúcar e do etanol farão com que a atual safra de cana-de-açúcar tenha um crescimento inferior ao verificado no ano passado, Além disso, a produtividade também será afetada. Segundo projeções da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a moagem de cana-de-açúcar na Região Centro-Sul do País deverá atingir 550 milhões de toneladas, um incremento de 45 milhões de toneladas em relação à safra 2008/09 – ante a safra 2007/08, a última colheita teve incremento de 74 milhões de toneladas. O envelhecimento do canavial devido à redução das áreas de reforma e a diminuição nos tratos culturais aos canaviais maduros ao longo do último ano devem resultar em uma redução de 4% na produtividade da nova safra.
Outro reflexo da crise é a redução do número de usinas que entrarão em operação. Entre 20 e 23 novas unidades devem iniciar su! as atividades, contra as 35 programadas em estimativas de um ano atrás.
Diante dos preços baixos pagos pelo etanol e com a perspectiva de déficit mundial de açúcar em virtude de quebras em importantes produtores, como a Índia – o que abre espaço para exportação -, na safra 2009/10 o percentual de açúcar deve aumentar. O mix de produção deverá ficar em torno de 42,1% da matéria prima destinada à produção de açúcar, contra os 39,5% verificados na safra 2008/09. O incremento na produção de açúcar na Região Centro-Sul deverá ficar em 4,5 milhões de toneladas, para um total projetado para a nova safra de 31,2 milhões de toneladas – crescimento de 16,6%.
A produção de etanol também deve crescer, porém o índice será bem menor do que o observado para o açúcar. A expectativa da Unica é de crescimento de 4,7% na produção de etanol, para um total de 26,3 bilhões de litros, divididos em 19,3 bilhões para o etanol hidratado e 7 bilhões para o anidro, que é misturado à gasolina! . A demanda de açúcar no mercado externo e o incremento da demanda por etanol no mercado interno, apontam para equilíbrio entre oferta e demanda. Isso, considerando-se uma esperada redução nas exportações de etanol da Região Centro-Sul, estimada em 650 milhões de litros, para 3,6 bilhões de litros na safra 2009/10.
