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Safra de cana 2016/17 da Copersucar deve ter quebra média de 5%

Paulo costa, da Copersucar
Paulo costa, da Copersucar

A Copersucar, uma das principais companhias do setor sucroenergético mundial, deve registrar quebra agrícola de aproximadamente 5% na safra de cana-de-açúcar 2016/17 no Centro-Sul do Brasil.

De acordo com o presidente da empresa, Paulo Roberto de Souza, a moagem de cana pelas 35 usinas sócias, inicialmente estimada em 93 milhões de toneladas, deve fechar o ciclo em 89 milhões de toneladas. “A quebra média é de 5%, mas em algumas regiões chegou a 10%. A maior perda se deu no oeste de São Paulo, enquanto na região de Ribeirão Preto (SP) foi menos”, disse a jornalistas pouco antes do início do Seminário Internacional do Açúcar 2016, promovido pela consultoria Canaplan e pela LMC International, em São Paulo, nesta segunda-feira, 7.

Em relação aos produtos, Souza destacou que a fabricação de açúcar na atual temporada deve totalizar 4,4 milhões de toneladas, ante uma projeção inicial de 4,8 milhões de toneladas. No caso do etanol, a estimativa de produção passou de 5 bilhões para 4,5 bilhões de litros, dos quais “dois terços para anidro e um terço para hidratado”.

Ainda segundo o presidente da Copersucar, as unidades da companhia tendem a deixar uma reserva “técnica” de cana bisada de 10 milhões de toneladas, volume este que geralmente fica em pé no campo para ser colhido apenas na safra seguinte.

Souza também comentou sobre os preços do açúcar no mercado internacional e afirmou que, atualmente, “a venda no físico está com forte desconto”, apesar da perspectiva de “escassez” no curto prazo. “Mas se o Brasil confirmar a produção de 35 milhões de toneladas, podemos não ter déficit” no começo do ano que vem, o que reduziria o spread entre o contratos para março e maio na Bolsa de Nova York.

Atualmente, o mercado futuro de açúcar está “invertido”, quando as telas de curto prazo valem mais que as de longo prazo. Isso indica que a disponibilidade do produto para os próximos meses pode ser mais apertada do que se previa.

Nesta segunda, a diferença entre ambos os contratos chegava a 60 pontos, mas, para Souza, esse spread tende a se estreitar. Às 9h30, o contrato futuro de açúcar demerara para março de 2017 na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) avançava 0,46%, a 21,83 cents por libra-peso, enquanto o para maio subia 0,19%, a 21,23 cents/lb.

Sobre a onda de consolidação no setor sucroenergético mundial, que teve a parceria entre Raízen e Wilmar International como movimento mais recente, Souza afirmou que esse é um processo natural. “O mercado busca eficiência em origem, destino e logística”, comentou.

Fonte: (Estadão Conteúdo)

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