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Safra, Cosan, Banco Santos e BMG captam US$ 286 milhões no exterior

Depois do susto de quarta e quinta-feira da semana passada, quando o risco-Brasil acumulou alta de 9,20%, os investidores no mercado externo voltaram a suspirar aliviados na sexta-feira, com a recuperação na Bolsa de Valores da China e a estabilidade nos preços do petróleo. O risco-Brasil caiu 4,4% e o J. Safra, o BMG e o Banco Santos aproveitaram a oportunidade para fechar suas operações de captação externa, de US$ 100 milhões, US$ 21 milhões e de até US$ 15 milhões, respectivamente. A Cosan, uma das maiores produtoras e exportadoras de açúcar e álcool do país, continua com títulos de US$ 150 milhões à venda.

“O crescimento econômico da China está desacelerando um pouco e os preços do petróleo estão altos, mas os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, a grande referência para os mercados emergentes, continuam com juros baixos”, lembra Ricardo Simone, diretor do Multi Commercial Bank. Enquanto não tivermos um movimento de alta nos rendimentos desses papéis americanos, a tendência é de os mercados internacionais continuarem fortes na compra de papéis do Brasil, afirma ele. Os investidores estão de olho na China, pois é de lá que vem grande parte da demanda por commodities, inclusive as importantes para a pauta de exportação brasileira.

“Foi apenas um soluço o que tivemos nos mercados internacionais”, acredita Samy Podlubny, diretor da BCP Securities, que liderou a captação do BMG. “Ainda estou sentindo muita demanda por papéis brasileiros dos investidores de private banking (as pessoas físicas ricas)”, diz ele.

Para atender a essa demanda, o J. Safra fez sua primeira captação por meio de eurobônus. Lançou US$ 75 milhões, mas fechou a operação em US$ 100 milhões. Os papéis, de liquidação em 21 de outubro de 2004 e vencimento em 21 de outubro de 2007, têm opção de resgate antecipado por parte do banco e dos investidores (“put” e “call”) a cada pagamento de cupom (juro nominal) todo trimestre. As taxas de juros são flutuantes. Os títulos vão pagar a Libor, taxa interbancária de Londres, de três meses mais 35 pontos básicos. A operação foi liderada pelo CSFB.

Já o BMG alongou prazos e emitiu US$ 21 milhões, na sua primeira captação de vencimento em dois anos. A última emissão do banco, em euros, havia sido de 18 meses. O cupom foi de 6% ao ano, mas os papéis foram vendidos ao preço de 99,079% do valor de face, o que corresponde a um rendimento de 6,50% ao ano para o investidor que ficar com o título até seu vencimento, em 19 de outubro de 2006. Os recursos entram no caixa da instituição financeira amanhã.

No total, 30 instituições compram os títulos do BMG, o que representa um tíquete médio de US$ 600 mil por instituição, informa Ricardo Gelbaum, diretor executivo-financeiro e da área internacional do BMG. “A ampla maioria dos investidores foi da área de private banking”, afirma.

Com essa captação, o BMG passa a ter US$ 127 milhões em títulos no mercado internacional, diz. O programa de títulos no exterior do banco soma US$ 200 milhões e Gelbaum não descarta realizar outra emissão em meados de novembro. “Ainda há carência de ativos de qualidade de prazo de vencimento curto no mercado externo”, diz.

Os recursos captados pelo BMG são repassados para crédito no mercado interno, diz Gelbaum A carteira de crédito do banco cresceu 80% desde dezembro, para R$ 2,2 bilhões em setembro, dos quais 70% são crédito com desconto em folha, conta.

O Banco Santos fechou sua captação na sexta-feira, mas os detalhes da operação, de US$ 13 milhões a US$ 15 milhões, serão divulgados hoje, diz Carlos Gribel, sócio-diretor da Eurovest Securities, que lidera a operação. A Cosan tem bônus de US$ 150 milhões de prazo de vencimento em cinco anos no mercado e se dispõe a pagar rendimento de 9,5% ao ano ao investidor, em operação liderada pelo Morgan Stanley e CSFB.

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