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Safra cada vez mais pesada

As 155 usinas de açúcar e álcool existentes em São Paulo esmagam em cada safra 242 milhões de toneladas de cana, que é transportada em média por 23 quilômetros. O que significa que a cada dia de colheita, que vai de abril a novembro, caminhões de 30 toneladas fazem 45 mil viagens, percorrendo pouco mais de dois milhões de quilômetros de estradas, totalizando 376.668.364 quilômetros durante a safra.

A previsão da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) é que em 15 anos esse total triplique, movimento que já começou com o projeto e a montagem de 32 novas e grandes usinas. São Paulo terá ainda que contar com o crescente tamanho dos caminhões, que hoje já invadem a faixa contrária ao fazerem curvas em estradas de 3,5 metros de faixa, não previstos para veículos tão longos, e que forçam um pavimento que não foi dimensionado para o intenso uso atual.

Esses números explicam por que o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp) se uniu à Unica e à Secretaria dos Transportes, para um acurado estudo das necessidades de transporte da agroindústria paulista. Esse trabalho coloca em torno da mesma mesa o governo do estado, a agroindústria e o sindicato que representa as empresas responsáveis pela montagem da infra-estrutura rodoviária, que sofreu uma deterioração grande, nas últimas décadas, e afeta de forma tão dramática a competitividade do País. O objetivo do planejamento é garantir à agroindústria sucroalcooleira as condições para que possa continuar criando riqueza e prever, a longo prazo, inclusive nos orçamentos estaduais, as necessidades futuras de investimento.

O levantamento indicou que na safra do ano passado São Paulo produziu 16.720.108 toneladas de açúcar e 9.951.713.000 de litros de álcool, cuja necessidade de transporte também foi cuidadosamente levantada. Do açúcar, 30% foi destinado ao mercado interno, e percorreu 300 quilômetros para chegar à rede atacadista, enquanto os 70% exportados percorreram distância média de 600 quilômetros da usina ao porto de Santos, que recebeu 90% do produto, ou de Paranaguá, responsável por 10% do total exportado. Dos 5,19 bilhões de litros de álcool anidro e dos 4,76 bilhões de litros de álcool hidratado, 15% da safra passada foram exportados, enquanto 85% se destinaram ao mercado interno.

O trabalho sério de planejamento permitirá que o próximo governo estadual tenha condições de mensurar o resultado do investimento a ser feito. Poderá ser calculado com precisão o retorno em redução de perdas, de custos de transporte, em impostos, em emprego de mão-de-obra, em suma, todas as vantagens decorrentes do atendimento das necessidades de um dos setores mais dinâmicos da indústria brasileira.

Esse exemplo de aliança de esforços, de planejamento e de vontade política é o caminho certo para que se chegue finalmente às altas taxas de crescimento que o Brasil persegue.

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