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Safra 17/18: Usinas do Centro-Sul devem moer 10 milhões de toneladas a menos

As unidades produtoras da região Centro-Sul do país deverão processar 588,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2017/18.

A previsão é da consultoria INTL FCStone e é 1,7% inferior às 599 milhões de toneladas inicialmente projetadas pela empresa.

As 588,8 milhões de toneladas refletem a segunda previsão de baixa feita pela consultoria em apenas três meses: em novembro, a projeção era de moagem 0,34% maior, ou seja, de 590,8 milhões de toneladas.

Clique aqui e confira as previsões da INTL para a safra 16/17

Mas qual a explicação para a nova queda na projeção de moagem da 17/18? 

Segundo a INTL FCStone, idade avançada dos canaviais no Centro-Sul e ocorrência irregular de chuvas são as principais responsáveis pela queda na previsão de moagem.

Em relatório divulgado em 24/02, a consultoria avalia que “se as chuvas não ocorrerem com maior intensidade entre março e abril é possível que haja perdas de produtividade, intensificadas pela elevada idade média das plantações.”

Além disso, o ritmo mais intenso de renovação em parte das usinas pode diminuir a área disponível para colheita e o direcionamento de cana para a indústria.

ATR melhor

O Açúcar Total Recuperável (ATR) médio deverá crescer na temporada 17/18 no Centro-Sul. A consultoria estima ATR médio de 134,3 quilos por tonelada (kg/t), 0,6% acima da safra passada, além de apresentar uma ligeira alta de 0,8% em relação à última projeção de novembro.

João Paulo Botelho, analista da mercado da INTL FCStone: “com a queda observada na moagem de cana-de-açúcar, aguardamos um ATR total de 79,1 milhões de toneladas, 1,1% menor que o ciclo 2016/17, e uma leve alta de 0,4% em relação à primeira estimativa”.

Mix prioriza açúcar

O mix açucareiro se manteve igual à estimativa realizada em novembro, a 47,5%, o que levaria a uma produção do adoçante em 35,8 milhões de toneladas, 1,0% acima do esperado para a safra 2016/17.

Caso essa previsão se confirme ou seja superada, haverá um novo recorde de produção na região Centro-Sul.

Em seu relatório, a consultoria relata: “o indicativo que continua se destacando como o motivador para a tomada de decisão das usinas são preços internacionais elevados do açúcar, que tornam o produto mais competitivo em relação ao biocombustível”.

E prossegue: é importante salientar que, com a menor disponibilidade de matéria-prima durante a safra e, consequentemente, redução dos dias de moagem, o potencial de aumento para a produção do adoçante é limitado.

Com a posição das usinas em produzir mais açúcar na próxima safra visando a maior rentabilidade do produto, o cálculo da INTL FCStone para o mix alcooleiro permaneceu em 52,5% como na última estimativa, 1,0 p.p abaixo do esperado para o ciclo anterior. Assim, estima-se que a produção total de etanol na safra 2017/18 será em 24,3 milhões de m³, 3,1% abaixo do previsto para o ano passado.

Hidratado

Com nova queda na produção do biocombustível, é provável que a participação do hidratado no consumo de combustíveis ciclo Otto volte a cair e que o produto brasileiro continue pouco competitivo em relação ao etanol americano, incentivando aumento nas importações de anidro.

A produção prevista de anidro deve ficar em 10,6 milhões de m³, 1,0% acima do produzido no ano passado, mas 3,7% abaixo da projeção realizada em novembro.

Já a produção do hidratado ficaria em 13,7 milhões de m³, recuo expressivo de 6,6% no comparativo anual, mas 0,4% acima do número estimado em novembro para o ciclo 2017/18.

Fonte: INTL FCStone

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