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Sacolinhas de cana e milho

Da fila do supermercado, na mesa do jantar, ao ambiente de trabalho, nos últimos tempos o assunto “sacolinhas plásticas” tem sido presença constante nas conversas. O costume corriqueiro de chegar ao caixa e embrulhar sua compra tem dado o que falar. E a dimensão do tema é grande.

Segundo dados divulgados pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), ao longo de 2011 foram utilizadas cerca de 21,5 bilhões de sacolas plásticas no Brasil, e no Estado de São Paulo, pelo menos 6,6 bi. ”Em média, uma família paulista usa 518 sacolas ao ano, e um indivíduo, 162”, afirma o diret or de sustentabilidade da Apas, João Sanzovo.

Mas no dia 03 de fevereiro uma decisão foi tomada, “os supermercados vinculados a nós estavam proibidos de vender ou distribuir sacolas descartáveis”, relembra o especialista. “Mas todas as opções consideradas ‘verdes’, ou seja, oriundas de fontes renováveis como o amido de milho e a cana-de-açúcar, são mais amigáveis ao meio ambiente, e podem ser utilizadas”, assinala Sanzovo. “Para as compras no supermercado, as sacolas reutilizáveis são as mais indicadas.”

Plástico verde

As restrições aos produtos de origem mineral (leia-se, especialmente o petróleo) aumentam a cada dia e, segundo Alysson Paolinelli, presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), “um dos maiores benefícios do produto à base deste cereal é que em até 12 meses ele já se degradou, sendo que o propileno do petróleo, leva mais de 200 anos para sumir”.

Segundo Paolinelli, o milho é o cereal mais produzido no m undo e a demanda industrial pelo grão tem aumentado, conforme cresce o desenvolvimento de novos produtos, que atendam tendências de consumo e exigências da sociedade. “Não só para sacolas, mas o amido de milho é útil para a produção de outros plásticos também”, explica.

Por sua vez, a Braskem tem a maior unidade industrial de eteno ou etileno derivado de cana-de-açúcar do mundo. E isto permite a produção de 200 mil toneladas de polietileno verde ao ano. “Pode-se dizer que o plástico verde da Braskem é feito de CO2, capturado da atmosfera na fotossíntese da cana”, afirma o presidente da empresa, Bernardo Gradin. E entre os clientes da Braskem neste segmento estão marcas como Tetra Pak, Natura, Johnson & Johnson e Procter & Gamble.

Iniciativas ecológicas

Quem passar pela rua Oscar Freire, local badalado da capital paulista, vai se deparar com uma iniciativa “ecologicamente correta”. A associação dos lojistas optou por abastecer as lixeiras da rua com sacos de lixo fab ricados com plástico verde.

“A matéria-prima que utilizamos é 100% originária da cana-de-açúcar”, explica Rafael Costa, diretor da Embalixo, empresa responsável pela novidade. Além disso, os comerciantes também utilizam o produto para depositar o lixo gerado pelos seus estabelecimentos. São aproximadamente 150 lojistas que, no total, usam cerca de 1,2 mil sacos de 50 litros e 600 de 100 litros, semanalmente.

Segundo Costa, a ideia é fazer da Oscar Freire uma “Rua Verde”. “Queremos mostrar que é possível praticar responsabilidade socioambiental gerando trabalho e renda para as cooperativas de catadores e retornando os materiais recicláveis para a cadeia produtiva”, diz o empresário.

Outro bom exemplo é o adotado desde 2009 pela Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. As 18 unidades da “Farmácia Dose Certa”, que distribuem medicamentos básicos gratuitamente à população, têm utilizado sacolas de plástico rec iclado, produzido com uma substância chamada d2w, que reduz o tempo de decomposição de até 40 anos para um ano e meio.

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