Mercado

Rossi volta a acusar Europa de barrar entrada de produto agrícola nacional

Wagner Rossi, ministro da Agricultura, voltou ontem a acusar a União Européia (UE) de barrar produtos brasileiros. De acordo com Rossi, o Brasil enfrenta dificuldades para ampliar suas exportações agrícolas para o bloco devido a pressões dos produtores europeus. “Apesar de ter um peso econômico menor, o setor agropecuário tem força política nos países europeus, onde fazem muita pressão”, afirmou o ministro.

O Brasil é um dos maiores provedores agrícolas mundiais, mas a crise econômica mundial fez com que a Europa “apertasse o cinto” e reduzisse sua demanda, acrescentou Rossi.

O governo brasileiro confia em que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE possa colocar um fim às restrições europeias às exportações agrícolas do País. As negociações para esse acordo foram retomadas recentemente após vários anos estagnadas, mas ainda sofrem a pressão dos produtores agrícolas brasileiros.

Com relação aos Estados Unidos, Rossi lamentou a falta de acordos que facilitem o comércio em alguns casos específicos, em referência principalmente ao etanol. Apesar de ser mais econômico e produtivo, o etanol de cana-de-açúcar do Brasil sofre restrições no mercado americano, que produz o biocombustível a base de milho e mantém “certo grau de protecionismo”.

O ministro também se referiu às limitações que o setor agropecuário enfrenta como consequência da valorização do real frente ao dólar. Segundo Rossi, apesar de “ganhar em produção, o Brasil perde na comercialização internacional” pela valorização de sua moeda frente ao dólar.

O Brasil exportou US$ 68 bilhões em produtos agropecuários entre julho do ano passado e junho de 2010, número que não chega a bater o recorde de 2008 (julho de 2007 e junho de 2008), com US$ 71,9 bilhões.

“O clima e o preço de produtos como o café e a soja são fatores que não podemos controlar, mas em um ano normal nós passaríamos esse recorde de exportação”, explicou Rossi.

Banner Revistas Mobile