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Rombo de elétricas vai a R$ 5 bi em abril

Além do crescimento das compras no mercado spot, outro fator preocupante foi a inadimplência
Além do crescimento das compras no mercado spot, outro fator preocupante foi a inadimplência

Geradores, distribuidores e consumidores livres de energia elétrica gastaram em abril R$ 4,8 bilhões em compras de energia no mercado de curto prazo, segundo a liquidação realizada nesta terça (10) pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No mês anterior, a liquidação apontou diferença de R$ 4,05 bilhões, o que significa que os agentes do setor elétrico estavam com uma exposição maior no mês de abril do que em março.

O montante aferido pela CCEE na liquidação representa a diferença entre o que as empresas precisaram comprar no mercado de curto, também chamado de spot, para garantir a entrega de energia aos consumidores.

No caso dos consumidores livres, que em sua maioria são companhias com grande consumo de energia, a compra no mercado de curto prazo é feita para não interromper a produção ou o fornecimento de seus serviços.

Além do crescimento das compras no mercado spot, outro fator preocupante foi a inadimplência do setor nesse mês.

Enquanto que em março, houve pouco mais de 1% de inadimplência, em abril ela subiu para 14%.

No total, deixaram de ser pagos mais de R$ 670 milhões à CCEE no período.

Segundo agentes do setor, mais da metade refere-se à usina hidrelétrica de Santo Antônio, que conseguiu na Justiça uma liminar para entregar a energia apenas no final de junho, forçando distribuidores a recorrer ao spot.

A outra parte compreende principalmente consumidores livres. Duas pequenas distribuidoras não honraram as compras no mês.

A CCEE não divulga quem são as companhias.

A estimativa do setor é que abril foi apenas a ponta de um iceberg, e que em maio se repita alto grau de inadimplência. Em junho, no entanto, a situação deve melhorar.

Isso porque os preços da energia caíram devido às chuvas recentes.

O preço do megawatt até maio estava colado ao teto permitido em lei, de R$ 822,83 por hora. Já em junho, ele baixou para R$ 299 por hora.

Distribuidoras

O alto valor liquidado pela CCEE indica que o governo precisará agir para evitar que distribuidores de energia fiquem insolventes.

Em abril, o governo disponibilizou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões para cobrir um rombo criado pelo fim de contratos com geradores da ordem de 3.200 megawatts.

Somente as liquidações de fevereiro e março já consumiram R$ 8,7 bilhões, restando apenas R$ 2,5 bilhões para serem utilizados até dezembro.

O governo estuda a possibilidade de ampliar esse empréstimo para evitar uma piora das finanças das empresas.

O financiamento, que começará a ser pago em 2015, é garantido pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo oculto presente na conta de luz.

Fonte: Folha de S. Paulo

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