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Rio ganha Instituto Global para tecnologias verdes

A Coppe/UFRJ e a ONU inauguraram nesta segunda-feira o Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego, que tem por objetivo integrar ações e atividades desenvolvidas pela universidade e voltadas para o desenvolvimento sustentável e inclusão social.

A Coppe/UFRJ desenvolve projetos como o uso de algas na produção do etanol, biodiesel produzido em esgotos sanitários, geração de energia com a força das ondas, produção de cimento com baixa emissão de carbono, entre outros, que visam proteger o planeta e gerar empregos ao mesmo tempo.

Segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho e da Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), divulgado na semana passada, a chamada economia verde poderá gerar de 16 a 60 milhões de empregos no mundo.

Um dos temas centrais da Rio +20, a economia verde é um instrumento para se atingir a sustentabilidade, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou da inauguração do Instituto.

“São empregos voltados para a energia renovável, novos modos de produção para consumo sustentável, para a agricultura sustentável, por exemplo. Você pode produzir sem desmatar, produzir protegendo o meio ambiente”, explicou.

Segundo a ministra, chegou a hora dos países desenvolvidos terem obrigações em relação ao desenvolvimento sustentável para preservar o planeta.

“Está na hora de mudar o comportamento, é um momento de direito mas também de deveres, e não é perpetuando modelos não sustentáveis que você vai resolver a médio prazo a situação do planeta”, criticou os países ricos, que não tem sido muito abertos à ideia.

De acordo com o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, também presente no evento, um relatório do órgão que será divulgado em dois dias mostrará que a economia verde pode melhorar tanto o emprego como a renda no mundo.

“Para isso temos que fazer investimentos nessa transição, e é nisso que a Rio +20 pode avançar”, disse Steiner durante a inauguração do instituto.

Esses investimentos seriam principalmente em tecnologia, para que os modos de produção levem em conta um consumo menos agressivo ao meio ambiente, explicou.

De acordo com o chefe da divisão de política ambiental e desenvolvimento sustentável do Ministério das Relações Exteriores, André Corrêa do Lago, os países desenvolvidos resistem muito quando o tema é alterar o modo de produção visando um crescimento mais sustentável, principalmente em um momento de crise, como agora.

“Está sendo muito difícil os países em desenvolvimento avançarem em certas coisas, porque os países desenvolvidos não estão se mexendo para ter meios de implementação, que são recursos financeiros e tecnologia. Os países desenvolvidos estão muito duros nessa área”, disse Lago.

Ele atenuou no entanto o problema, afirmando que o foco mundial na erracadicação da pobreza vai mostrar aos países ricos que está se criando uma escala maior de consumidores no mundo.

“Não dá para 9 bilhões de pessoas em 2050 consumirem com a calsse média atual consome, esse foco na erradicação da pobreza tem que acontecer em paralelo com essa mudança, e isso é que vai se discutir na Rio +20”, explicou.

Lago informou que está otimista com o evento que começa no próximo dia 13, apesar do documento que será assinado por líderes mudiais durante a Rio +20 não ter chegado ainda a um consenso.

“Estamos muito próximos de ter um documento que realmente cria os instrumentos para nós podermos passar para uma fase muito mais efetiva de utilização do paradigma do desenvolvimento sustentável”, disse Lagos.

“É um paradigma que se criou na reunião do Rio em 92 (Eco-92), mas que teve muita difculdade de se implementar”, admitiu.

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