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Reunião do Gerhai discute gestão de RH em tempos de crise

O Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria) promoveu uma série de palestras para discutir gestão de RH em tempos de crise, durante a 141ª Reunião da entidade, realizada no dia 13 de fevereiro, em Ribeirão Preto, SP.

“A crise nos cobra mudanças imediatas, abala os alicerces das práticas e rotinas que sempre funcionaram e nos submete à sua força”. A frase foi dita pelo diretor da Quality Way Consultoria, Sérgio Viana Domingues, na palestra sobre organizações sustentáveis.

Segundo Domingues, os traços da crise são a descontinuidade, instabilidade, imprevisibilidade e a perda da capacidade de controle da situação. “Algumas reações frente à crise são: tentar comandar a crise vai do inútil ao desastroso. Fazer de conta que a crise não está me afetando tende a ser mais perigoso”, disse.

Para ele, responder prontamente às situações que se colocam no limite do possível é a melhor atitude. “Ninguém sai intacto da crise. Uns saem piores, outros, melhores. Tudo depende do tempo que se ficou preso nas tramas da mesma”, observou.

De maneira despojada e esclarecedora, Domingues falou da persistência e inteligência na abordagem. “Durante a crise, quem manda na empresa é o tesoureiro. A fragilidade do caixa é a fonte desse poder. A agilidade para se livrar o mais rápido possível das tramas da crise deve ser o foco de todos os esforços e estar presente em cada ação que faz no dia a dia da empresa”.

Com provérbios chineses, Domingues expressou algumas reflexões e possibilidades de transformar a crise numa oportunidade: “Na crise, muitos choram. Alguns vendem lenços”. “Na estrada, ou você faz poeira, ou come poeira”. “Em tempo de crise, a pior posição é assumir a postura de vítima”, completou.

Em outra palestra do dia, o professor do Departamento de Psiquiatria da USP – Hospital das Clínicas, Hermano Tavares, falou sobre como prevenir a compulsão no ambiente de trabalho. Hermano contou com a participação da psicóloga Ana Carolina Naves Magalhães para tratar também sobre a felicidade, bem-estar e qualidade de vida na empresa.

Ambos são integrantes da Anjoti (Associação Nacional do Jogo Patológico e outros Transtornos do Impulso). Com base na psicologia positiva, Ana Carolina falou sobre importância de focar a redução de aspectos negativos da experiência humana como a ansiedade, angústia, tristeza, medo e raiva, e passar a promover sentimentos positivos como felicidade, serenidade, harmonia, equilíbrio, entusiasmo, autoconfiança, entre outros.

“A felicidade, bem-estar e a qualidade de vida (FBQ) são reflexos da melhora nos relacionamentos interpessoais. A mensagem positiva é melhor recebida. Há compatibilidade com o comportamento ajustado. Promove saúde e protege o indivíduo”, disse.

Já com base na psiquiatria positiva, Hermano explicou como funciona na prática um Programa de FBQ. Além de melhorar a produtividade, prevenir transtorno emocional, manter uma filosofia de trabalho, também trabalha com a vida social (comunicação positiva), relações afetivas (sexo, amor e amizade), família (papéis e funções), vida financeira (planejamento e investimento), espiritualidade, entre outros.

Citando o psiquiatra Claude Robert Cloninger, da Universidade de Washington, Hermano disse: “Psiquiatras conhecem bastante das características biomédicas das pessoas infelizes, mas quase nada a respeito das pessoas felizes. Psiquiatria tem sido bem sucedida em diminuir o mal estar das pessoas, mas não necessariamente em aumentar o seu bem-estar”.

Para ele, “a missão do Programa está baseada na prevenção e tratamento dos transtornos do impulso, promover e apoiar iniciativas em saúde emocional, qualidade de vida e responsabilidade social”, concluiu.

Reunião

As comissões de trabalho do Gerhai apresentaram alguns assuntos proeminentes. Jorge Ruivo (Wiabiliza-RH), da Comissão de Remuneração e Salários, falou dos desafios e objetivos dos indicadores da área industrial e agrícola.

Já José Azevedo Pereira Coelho, da Comissão de Saúde Ocupacional, abriu uma discussão sobre as fiscalizações nos ônibus com mais de 20 anos de uso que estão proibidos de circularem e comentou sobre a assinatura do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) no cumprimento da NR 31. Ele também abordou a recusa do MPT (Ministério Público do Trabalho) e da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) que não aceitam o uso das barracas sanitárias pelas empresas.

Mário Íbide, da Comissão de Desenvolvimento, comentou sobre o momento da crise como forma de evitar que vivamos uma síndrome do Titanic e o papel do RH a fim de demonstrar compreensão, alinhamento com o negócio, equilíbrio e redução de ansiedade.

Já Rober Renzo, da Comissão de Relações Trabalhistas e Sindicais falou das legislações específicas voltadas para o setor sucroenergético, das questões sobre ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), TAC e fiscalizações no trabalho.

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