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Reunião da OMC não sinaliza que haverá acordo em dezembro

A reunião de dois dias de ministros de 30 países da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Dalian, China, terminou ontem como começou: sem sinais de que se chegará à reunião ministerial de Hong Kong, em dezembro, com o acordo da Rodada de Doha praticamente fechado, como era o planejado.

Os ministros não conseguiram avançar nas negociações de acesso a mercados para bens industrializados (Nama). Em agricultura, além de se considerar a proposta do G-20, liderado pelo Brasil, como base para a negociação, o que ocorreu terça-feira e foi considerado positivo para reativar as discussões, não houve discussões de detalhes.

“Estou muito preocupado porque não encontramos muitas áreas de coincidência”, disse o diretor-geral da OMC, Supachai Panitchpakdi. O vice-ministro do Comércio da Austrália, Mark Vaile, disse que a reunião “não conseguiu cumprir as expectativas”.

Supachai lamentou não se ter falado de números e de uma fórmula clara sobre a redução de tarifas agrícolas e de bens industriais. Ele pediu mais esforços e vontade política de todas dos países para avançar em Genebra, pois falta pouco para o final de julho. Até lá, a OMC se propôs a ter um primeiro acerto sobre as fórmulas agrícola e industrial e uma idéia mais clara de como avançar para o encontro de dezembro.

As discussões de ontem focaram no corte de tarifas para bens industriais, com a proposta do Paquistão sendo bem recebida, no geral . A proposta é de cortes de em média 15% a 25% entre os países em desenvolvimento, e de 2% a 4% para os desenvolvidos, que costumam ter impostos menores.

O ministro da Economia do México, Fernando Canales, disse rejeitar a “fórmula Suíça”. Para alguns ministros, a intermediária poderia se basear na paquistanesa. A fórmula Suíça prevê corte linear de todas as tarifas, com reduções maiores para as mais altas, o que afetaria mais países como o Brasil. O presidente do comitê de Nama da OMC, Stephan Johannson, disse que a negociação não avançou muito, apesar alguns pequenos sinais positivos.

Em Nama há divergências entre países em desenvolvimento, pois alguns exigem avanços nessa área por serem economias agrícolas, enquanto outros, como o Brasil, querem defender sua produção industrial. O representante adjunto de Comércio dos EUA, Peter Allgeier, defendeu a opção suíça. E disse que o problema com a paquistanesa é que “diminui muito a ambição para a abertura que desejamos”.

Os países desenvolvidos e em desenvolvimento querem resultados equilibrados sobre o que se decidir em agricultura, indústria e serviços. Como cada lado está mais interessado num setor, consensos são difíceis. Embora tenham concordado com a fórmula do G-20, os países ricos já cobraram ganhos em serviços – tema que não avança – e indústria.

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