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Retomada do crescimento e conscientização sobre etanol será prioridades

Superar os obstáculos que hoje impedem a retomada do crescimento no setor sucroenergético e consolidar o etanol como peça estratégica para o futuro do país: pensando nos próximos anos, essas foram as prioridades levantadas pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, durante a tradicional coletiva de final de ano realizada na manhã da terça-feira (13) na sede da entidade.

“O risco de não retomarmos o crescimento para atender a demanda por nossos produtos, que não para de crescer, é o desperdício de importantes conquistas das últimas décadas, que hoje diferenciam nosso país perante o mundo,” afirmou Jank. Para ele, os próximos anos exigem medidas específicas e decisivas por parte do governo, e também esforços do setor para ampliar ganhos de eficiência e baixar custos de produção.

Segundo Jank, um dos principais instrumentos do setor sucroenergético para buscar conscientização e fomentar ações que permitam a retomada do crescimento será o “Movimento Mais Etanol,” lançado em 06 de dezembro em jantar de fim de ano em Brasília, na presença de 35 parlamentares, diversos representantes de ministérios e agências governamentais, além de dezenas de lideranças empresariais e sindicais ligadas à cadeia produtiva da cana-de-açúcar. O Movimento, que vai ganhar visibilidade nas primeiras semanas de 2012, visa ampliar o debate sobre as políticas públicas essenciais para que o etanol hidratado volte a ser competitivo no mercado brasileiro.

“Temos no Brasil as melhores condições físicas, tecnológicas e humanas para que o setor dobre de tamanho até 2020 e atenda à demanda crescente, que vem de dentro e de fora do País. Precisamos de 120 novas usinas até 2020, mas isso só vai se concretizar com políticas públicas estáveis e consistentes,” frisou Jank, dirigindo-se a jornalistas de mais de 40 veículos, presentes na coletiva ou acompanhando as informações via áudio-conferência.

Entre as principais medidas vistas como fundamentais pelo setor sucroenergético está a desoneração tributária do etanol no mercado doméstico, a exemplo do que o governo vem fazendo gradativamente com a gasolina. “Hoje, a tributação média sobre a gasolina é quase igual ao que incide sobre o etanol, o que nega todos os benefícios que o etanol produz e que nenhum combustível fóssil pode fornecer, como reduzir fortemente as emissões de gases causadores do efeito estufa, gerar mais de um milhão de empregos, levar desenvolvimento a mais de mil municípios no interior do país, desenvolver a tecnologia nacional e trazer divisas através da importação,” disse Jank.

“Nossa posição não é pelo aumento da gasolina, que tem preços administrados pelo governo, o que gerou preços essencialmente inalterados na bomba desde 2005. É uma política governamental, que cabe apenas ao governo manter ou alterar. O que precisa ocorrer é a desoneração do etanol, pois se o produto não consegue competir no mercado, não há como estimular investimentos para ampliar a produção,” afirmou Jank.

Segundo ele, o “Movimento Mais Etanol” vai centrar esforços na conscientização de formadores de opinião e tomadores de decisões nos setores público e privado, por meio de ações em parceria com entidades e empresas da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. É esperado o envolvimento de setores-chave, como as distribuidoras de combustíveis, a indústria automobilística, revendedores de automóveis, máquinas e implementos agrícolas, e fornecedores do setor sucroenergético em geral. Completando o esforço, uma campanha de esclarecimento será lançada em 2012.

Ao destacar os objetivos do “Movimento Mais Etanol”, Jank aponta a consolidação do etanol como tema estratégico para a economia, o meio ambiente e o próprio futuro do país: “É preciso concentrar o diálogo nos fundamentos positivos do setor sucroenergético e nas perspectivas de ganhos econômicos, ambientais e sociais, que só vão se concretizar se acontecer a retomada do crescimento que todos desejamos. Essa retomada depende de políticas públicas fundamentais para o crescimento sustentável do setor.”

“Neste momento em que o risco de uma nova crise financeira mundial surge a partir da Europa e que o crescimento no Brasil já dá sinais de desaceleração, parece-nos essencial criar as condições para que uma indústria do porte da nossa, que produz ao mesmo tempo alimentos e energia limpa e renovável, possa dobrar de tamanho investindo mais de R$150 bilhões em uma década,” concluiu Jank.

Unica

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