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Resina diminui o uso de água na produção de biocombustível.

O governo federal instituiu recentemente o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, um combustível renovável produzido principalmente a partir de oleaginosas como mamona, dendê, babaçu, girassol e soja. A vantagem do uso do biodiesel, além da menor dependência do petróleo, principal fonte de energia fóssil, é a redução dos níveis de emissão dos gases que favorecem o efeito estufa e, em conseqüência, o aquecimento global.

Após a instituição do programa, uma regulamentação da Agência Nacional de Petróleo (ANP) determinou a adição de 2% de biodiesel ao diesel até 2008 e de 5% a partir de 2013. Os prazos ainda estão sendo discutidos, abrindo-se a possibilidade de sua antecipação, fato que tem movimentado o mercado em busca da melhor tecnologia para a produção do biodiesel.

Sabe-se, no entanto, que uma das maiores dificuldades nesse sentido é o consumo da água utilizada no processo. Isso reaviva a discussão sobre o uso consciente da água para fins industriais. Nesse contexto, a empresa americana Purolite desenvolveu a Purolite PD206, resina de troca iônica seletiva usada para remover o máximo de água residual, sais, catalisadores, glicerina e sabões do processo de purificação do biodiesel, otimizando a produção.

Segundo a empresa, com a utilização do produto, a diminuição do consumo de água é da ordem de 75%, gerando menor quantidade de efluentes e, além disso, potencializando a qualidade do biocombustível.

A empresa, que iniciou suas atividades no mercado brasileiro em 1999, produz mais de 65 mil m³ de resina por ano em suas fábricas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Está presente em 35 países, atendendo atualmente a empresas como Aracruz, Copesul, PQU e Usina da Barra.

Para Fabio Sousa, gerente-geral da Purolite para a América do Sul e América Central, o produto é desenvolvido há seis anos nos Estados Unidos, país sede da empresa. “Lá, algumas grandes empresas vêm fazendo uso da resina em escala-piloto, enquanto as médias e pequenas em escala normal”, diz.

Sousa acredita que o mercado para a Purolite PD206 no Brasil é promissor em virtude do seu potencial de crescimento para os próximos anos, com o estímulo do programa governamental para o setor e a regulamentação da ANP. Outro fator é que “o Brasil tem 90 milhões de hectares disponíveis para plantação de cana e oleaginosas”.

O aspecto econômico tem grande relevância, mas em termos ambientais o ganho não é menor: os resíduos tóxicos do processo ficam retidos na resina, facilitando um descarte seguro.

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