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Representantes do biodiesel cobram normalização da mistura do combustível

Cada ponto percentual que é diminuído da mistura corresponde a 30 bilhões de reais

Representantes do biodiesel cobram normalização da mistura do combustível

Representantes do setor produtivo do biodiesel e integrantes da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel se reuniram com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na última semana, para discutir a importância do biocombustível na sociedade brasileira.  Na ocasião, entregaram um documento que mostra as contribuições do combustível para a economia e meio ambiente nacionais e pediram a normalização da mistura de biodiesel.

O governo reduziu a porcentagem de biodiesel misturado ao diesel fóssil para o ano de 2022. A mistura prevista anteriormente era de 13% no primeiro bimestre, subindo para 14% em março, porém, visando segurar os preços do diesel B nas bombas, o governo federal decidiu diminuir para 10% durante todo o ano. A justificativa dada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) foi de que o preço mundial da soja, somado à desvalorização do real, estavam elevando demasiadamente o preço do biodiesel e, consequentemente, aumentando o valor do diesel nas bombas.

30 bilhões a menos

O balanço apresentado ao Ministério da Economia contém dados levantados pelo setor do biodiesel que corroboram com a volta do percentual de biodiesel ao planejado para 2022. Segundo o documento, cada ponto percentual que é diminuído da mistura corresponde a 30 bilhões de reais que deixam de entrar na economia brasileira.

Esse valor reúne as diversas áreas nas quais a cadeia produtiva do biodiesel afeta. Ou seja, o montante entra na economia brasileira através da própria produção e comércio do biodiesel, pelos 37,2 mil empregos sustentados pela categoria e pela compra de matéria-prima vinda da agricultura familiar, obrigatória pelo Selo Biocombustível Social, que impacta cerca de 74 mil famílias. Além disso, a cadeia de produção de biodiesel aumenta a oferta de farelo de soja no mercado, o que afeta positivamente a produção de proteína nacional. O farelo de soja compõe a ração usada na criação de suínos, aves e peixes.

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Além dos impactos econômicos, o documento direcionado à Paulo Guedes traz contribuições do biodiesel ao meio ambiente. Apenas em 2021, o biocombustível foi capaz de retirar da atmosfera 12,8 milhões de toneladas de CO2, contribuindo com a diminuição do efeito estufa e mitigando as mudanças climáticas. Consequentemente, o biodiesel auxilia a saúde pública ao melhorar a qualidade do ar dos grandes centros urbanos.

Paulo Guedes elogiou a iniciativa da categoria, disse que sua equipe analisará os dados apresentados no documento e prometeu uma nova reunião com o grupo para discutir o tema.

Participaram do encontro o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP/PR); os deputados Alceu Moreira (MDB-RS) e Vicentinho Junior (PL-TO); o ex-ministro da agricultura e presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO), Francisco Turra; o diretor Superintendente da APROBIO, Julio Cesar Minelli; o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), André Meloni Nassar, e o gestor de Relações Institucionais, Giuseppe Uchoa Ribeiro Lobo; o diretor Superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (UBRABIO), Donizete Tokarski, e o diretor Executivo Sergio Beltrão; o CEO da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella.