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Renault desenvolve tecnologia própria para bicombustível

A indústria automobilística francesa se rendeu ao desenvolvimento de carros que podem rodar com álcool ou gasolina, tecnologia que surgiu no Brasil a partir do uso do combustível derivado da cana-de-açúcar. A Renault gastou ? 6 milhões para desenvolver o motor bicombustível 1.6, que estará no Clio no próximo mês, no Scénic no primeiro semestre de 2005 e também no Mégane, o sedã que a montadora começará a fabricar no Brasil no próximo ano.

“Durante muitos anos os franceses achavam que a cachaça só servia para fazer caipirinha; mas descobrimos que é também um bom combustível”, disse ontem o diretor de produto da Renault, Alain Tissier, que está na Renault do Brasil desde antes da instalação da fábrica, em dezembro de 1998.

Numa parceria com a Siemens, a Renault levou 18 meses para o desenvolvimento da tecnologia. Trata-se do primeiro motor bicombustível com 16 válvulas do mercado. Em 2005, outra francesa, a Peugeot, também lançará carros que rodam com álcool ou gasolina. Esse tipo de motor equipou 32% dos automóveis vendidos no Brasil em setembro. A tendência é aumentar. A Volkswagen pretende equipar toda a linha de produtos com essa motorização. “Estamos muito orgulhosos dessa tecnologia”, disse ontem a vice-presidente mundial da Ford, Anne Stevens.

A Ford lançou seu primeiro bicombustível na linha Fiesta, há dois meses, e a Honda anunciou que também está estudando o desenvolvimento da tecnologia. Tissier, da Renault, calcula que já no próximo ano a indústria automobilística brasileira vai produzir meio milhão de carros com motor para o chamado combustível flexível. Isso representa um terço do mercado estimado para 2005.

Além de entrar para o mercado dos carros que podem rodar com álcool, a Renault está dando outro passo para a arrancada que vem ensaiando no Brasil desde que instalou uma fábrica: a produção de nova família de carros compactos. O presidente da Renault do Brasil, Pierre Poupel, disse ontem que até meados do próximo ano será definida a estratégia de lançamento dessa linha. Segundo ele, esse carro vai sustentar metade da produção da empresa no Mercosul.

Anunciado pelo vice-presidente mundial da Renault, Pierre Alain De Smedt, durante o salão do automóvel de Paris, há um mês, o projeto prevê que o carro começará a ser produzido até o início de 2006. Trata-se de um veículo que a Renault já começou a produzir na Romênia, com o nome de Logan. Poupel disse que no Brasil o carro deverá ter outro nome.

Hoje a Renault tem 3,7% do mercado brasileiro. Quando construiu a fábrica anunciou que pretendia ter pelo menos 10%. Construiu uma fábrica com capacidade para 200 mil veículos por ano, mas vem operando com grande ociosidade. “Em 2008 pretendemos ocupar a capacidade das nossas fábricas do Mercosul”, garante Poupel.

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