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Relatório pede revisão de políticas sobre biocombustiveis na UE

Relatório divulgado esta semana pela Academia Real de Ciências do Reino Unido (Royal Society) mostra que as metas para o uso do etanol na Europa não são suficientes para a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. A entidade sugere um prazo de mais 20 anos para que o continente europeu se adeque aos novos combustíveis.

O documento denominado Biocombustíveis sustentáveis: perspectivas e desafios (Sustainable Biofuels: prospects and challenges) conclui que cada biocombustível deve ser avaliado de forma distinta e aconselha aos governos que revejam políticas de apoio aos biocombustíveis.

De acordo com o presidente da Unica – União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Marcos Jank, trata-se de um critério fundamental, que ajuda a desfazer confusões freqüentes quando o etanol brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, é tratado como similar a outros tipos de etanol, muitos deles menos eficientes em termos energéticos e ambientais.

Nos últimos meses, várias organizações não-governamentais têm questionado o uso do etanol na Europa. Por conta disso, o Brasil passou a organizar conferências e encontros para questionar os efeitos negativos do combustível para o meio ambiente.

“Existem biocombustíveis produzidos a partir de várias matrizes e todos não são iguais”, afirma Jank. Ele ressalta que o etanol de cana, produzido no Brasil, é reconhecido como o mais benéfico na redução de gases causadores do efeito estufa, com melhor balanço energético e menor custo de produção.

“É comum recebermos relatórios produzidos em diferentes países, que tratam os biocombustíveis como uma coisa uniforme, emitindo conclusões amplas sem reconhecer que existem diferenças profundas, o que acaba sendo prejudicial ao etanol brasileiro”, disse.

A publicação de uma diretriz sobre a promoção do uso da energia renovável na UE é esperada para o dia 23 de janeiro. A diretriz implementaria a decisão dos chefes de governo dos estados membros da União Européia de obrigar o uso de pelo menos 10% de biocombustível até 2020.

“Nossa expectativa é que os europeus não só confirmem os 10% de mistura de biocombustível, como também adotem mecanismos de certificação que sejam discutidos dentro de um processo transparente envolvendo todos os interessados, inclusive os principais produtores mundiais”, diz Jank.

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