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Relacionamento inclui perdão de dívida e financiamento do BNDES

O governo brasileiro vem tomando uma série de medidas para estreitar o relacionamento com o continente africano. Desde o final de abril, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) conta com uma diretoria específica para cuidar de assuntos relacionados a África, América Latina e Caribe. O governo também efetivou, recentemente, o perdão de uma fatia da dívida de países como Senegal, São Tomé e Príncipe, Sudão e Gabão. O total da dívida perdoada atinge US$ 45,5 milhões, de acordo com o chefe da divisão de cooperação financeira do Itamaraty, Celso França. O perdão deve ser estendido para mais oito países ainda em 2013. Zâmbia e Congo devem ser os primeiros a serem beneficiados.

No BNDES, a nova estrutura – que terá a direção de Luiz Eduardo Melin – tem como objetivo fomentar o financiamento de bens e serviços para essas regiões. A diretoria específica terá condições de trabalhar com modelos de financiamento mais próximos da realidade africana, segundo fontes do banco. Com a África, por exemplo, o BNDES possui um relacionamento mais próximo apenas com Angola, com quem fechou seu primeiro contrato de financiamento em 2007.

Segundo dados do BNDES, de lá para cá, já foram aprovadas cinco linhas de crédito no valor de US$ 5,2 bilhões. Deste total, US$ 2,75 bilhões foram desembolsados até abril de 2013. Os recursos foram utilizados em 86 operações destinadas à reconstrução da infraestrutura do país, devastada com as guerras de independência e civil.

Com a nova diretoria, o BNDES pretende replicar o relacionamento com Angola para outros países africanos principalmente nas áreas de infraestrutura, agronegócios e bioenergia, como etanol, além de máquinas e equipamentos. Com a África do Sul, o BNDES já fez desembolsos para o financiamento de exportação de ônibus brasileiros de US$ 42,3 milhões entre 2010 e 2011. O BNDES também financiou US$ 11 milhões para exportação de máquinas e equipamentos para a Guiné Equatorial entre 2008 e 2010.

Desde 2011, o BNDES tem feito financiamentos para Moçambique para a compra de máquinas e equipamentos, inclusive para a reconstrução de seu aeroporto internacional, com o desembolso de US$ 55 milhões entre 2011 e 2013. A intenção da nova diretoria é que os financiamentos eventuais tornem-se linhas de crédito contratadas que permitam a aceleração de investimentos no continente.

Em relação ao perdão da dívida dos países africanos, Celso França, explica que “a maior parte da dívida é bastante antiga, originada em projetos de financiamento na década de 70”. Segundo ele, esses países passaram por períodos de guerra civil e instabilidade política e econômica, o que impediu o pagamento das dívidas. “Agora, eles estão com a política e a economia mais estabilizadas, mas altamente endividados, o que impede, em alguns casos, que sejam feitos investimentos básicos em saúde e educação”, explica. No caso do Sudão, o perdão de parcela da dívida permitirá novos investimentos de empresas brasileiras na região, principalmente no setor de agronegócio, em algodão, soja, milho e etanol.

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