Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor presidente da Canaplan, estima que a próxima safra de cana-de-açúcar deve trazer mais estabilidade para o setor, porque os preços tanto do etanol, como do açúcar devem se manter bons para os produtores.
“Certamente carregaremos algumas sequelas desta safra atual, considerada, muito ruim”, afirma Carvalho em entrevista exclusiva na cerimônia de premiação do MasterCana Brasil 2021. Ele foi um dos contemplados com o troféu de empresário mais influente do setor bioenergético na edição deste ano.
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“Safra curta. Com morte súbita. Só não foi tão súbita, porque choveu em novembro. Então devemos moer 80 milhões de toneladas de cana a menos do que o ano passado, o equivalente a uma Tailândia inteira. É como se ela, que é o segundo maior exportador de açúcar do mundo, sumisse do mapa. Então é um impacto tremendo, acompanhado pela subida de custos, não apenas pela produtividade menor, mas também pela alta do petróleo, dos preços de adubos, defensivos, de frete, etc. Nesse sentido, os preços, certamente, para muitos ajudaram a equilibrar a situação. Muita gente que teve quebra um pouco menor se saiu bem. Algumas regiões sofreram muito mais”, afirmou Carvalho.
A expectativa para a próxima temporada, no entanto, é que ela apresente indicadores mais razoáveis.
“A visão é que a gente saia dessa safra equilibrado com estoque e, então a começa a próxima temporada bem, apesar de vivenciarmos um ambiente político de preços complexos”, disse.
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O presidente da Canaplan ressaltou ainda que o que aconteceu recentemente com o biodiesel “não foi legal, sendo motivo de preocupação”. De acordo com ele, este fato, resultará em sequelas para o próximo ciclo, que podem ocasionar redução no volume de cana.
“Continuaremos com a expectativa de bons preços, porque o petróleo tende ficar ao redor de 70/80 dólares o barril. Então, deveremos ter bons preços de etanol, bons preços de açúcar e aqueles que sofrerem menos, poderão ter uma safra razoável”, elucidou.