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Recuperação dos EUA favorece Brasil

O saldo da recuperação da economia norte-americana tende a ser positivo para países como o Brasil, ao menos no médio prazo. A combinação entre apetite maior por produtos como commodities e manutenção de taxas de juros ainda em patamares históricos baixos forma o cenário ideal para países emergentes.

Segundo analistas, já é possível esperar que a retomada da expansão nos Estados Unidos ganhe esses contornos. Crescimento costuma vir acompanhado de demanda maior, o que é sinônimo de importações mais fortes.

Para países como o Brasil, que dependem dos EUA para conseguir parte expressiva do seu superávit comercial, as perspectivas, portanto, são boas.

Os EUA são o país que mais importam do Brasil: o mercado norte-americano absorveu 23,68% das vendas brasileiras entre janeiro e setembro deste ano.

“Uma das principais consequências para o Brasil seria a melhora da corrente de comércio”, diz o economista João Marcus Marinho Nunes, especializado em economia norte-americana.

Carlos Geraldo Langoni, ex-presidente do Banco Central, concorda e vai adiante:

“Crescimento econômico torna os países menos protecionistas. Isso é muito importante para o Brasil, que é sujeito a tantas barreiras dos Estados Unidos”, diz.

Um aumento no volume de investimentos estrangeiros diretos norte-americanos é outro canal que deverá favorecer países emergentes. No caso do Brasil, os EUA retomaram em agosto passado o posto de maior investidor no setor produtivo do país. Entre janeiro e setembro deste ano, empresas norte-americanas foram responsáveis por 21,5% de todos os investimentos diretos no Brasil, o equivalente a US$ 1,849 bilhão.

Em relação ao mesmo período do ano passado, os investimentos norte-americanos estão entre os poucos que mostram expansão, ainda que modesta: 7,6%.

O principal contraponto a esse cenário positivo é o risco de elevação dos juros norte-americanos. Economia aquecida costuma ser seguida de pressão inflacionária.

A atitude do Fed (banco central norte-americano) nesse caso seria aumentar os juros, o que levaria a uma migração de recursos de países emergentes para os EUA.

Mas, segundo analistas, essa ainda não é uma grande ameaça, por dois motivos principais: 1) os juros dos títulos norte-americanos de dez anos continuam muito baixos: 4,3% contra 6,7% em 2000; 2) ainda não há sinais de pressão inflacionária.

“Só se espera aumento de juros a partir de meados de 2004. Um cenário ótimo para países emergentes: crescimento com juros baixos nos países desenvolvidos e excesso de liquidez”, diz Alexandre Maia, economista da GAP Asset Management.

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