Receita do agronegócio
O sucesso do agronegócio brasileiro este ano está calcado mais na valorização das commodities agrícolas no mercado internacional do que no aquecimento da demanda por alimentos no exterior. Os números mostram que nos últimos meses o volume exportado subiu menos em relação ao do ano passado. Já a receita das vendas externas cresceu muito. –
De janeiro a outubro deste ano as exportações da agropecuária atingiram US$ 79,45 bilhões, valor 24,2% (US$ 15,4 bilhões) superior ao registrado em igual período do ano passado.
As informações, elaboradas pela Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, destacam o complexo sucroalcooleiro como o principal exportador em outubro, com US$ 1,68 bilhão em produtos embarcados.
Tem sido muito bom o desempenho exportador do agronegócio brasileiro no período de recuperação após os 13 meses da crise de commodities que se seguiram a setembro de 2008.
Entre outubro de 2010 e setembro deste ano, o valor das exportações do agronegócio chegou a US$ 85 bilhões, com aumento de 33,6% ante o de outubro de 2009 a setembro de 2010.
Contribuíram para isso os aumentos médios de 25,9% dos preços em dólares pagos aos exportadores e de 6,1% dos volumes exportados. Em volume, os mercados seguem crescendo mais lentamente, enquanto a evolução dos preços tem sido a força dominante para a expansão da receita do agronegócio.
O crescimento econômico dos principais países importadores tem viabilizado a absorção da produção, mesmo a preços bem maiores. Já a alta de preços é mais provavelmente um subproduto do enorme crescimento da liquidez mundial, disponível a baixas taxas de juros, que favorece o uso de instrumentos financeiros por instituições como bancos, seguradoras, fundos de pensão etc.
Os preços em dólares das principais commodities brasileiras tiveram altas expressivas nos mercados internacionais: café, 56%; carne bovina, 28%; açúcar, 27%; e soja em grão, 20% (também na comparação dos últimos 12 meses com os 12 anteriores). Esta é uma situação que não se sustentará por muito tempo, mas indica que existe um potencial que o Brasil precisa saber explorar.
